O Governo do Ceará interpelou judicialmente o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) para que ele prove na Justiça, em até três dias, as acusações de corrupção que fez contra diversas áreas do Estado. As declarações do pedetista foram dadas no último dia 30 de outubro, durante convenção do PSDB em Fortaleza.
A ação foi protocolada na 14ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Fortaleza na última quarta-feira (1º). Ela pede que o político compareça à Justiça “prestando esclarecimentos sobre as acusações graves que proferiu contra o Estado do Ceará, indicando, expressamente, com base em que provas e fatos sustenta suas alegações contrárias a todo um conjunto de agentes, servidores e colaboradores que se dedicam, no serviço público estadual, a conduzir os processos licitatórios e os contratos”.
O documento narra que, durante o evento tucano, “Ciro Gomes (...) subiu ao palco e proferiu longo discurso, permeado de graves acusações que maculam, sem a devida responsabilidade, a imagem do Estado do Ceará”.
O Governo Elmano aponta que o “ex-presidenciável avança, em acusação dirigida a todas as secretarias e órgãos de governo, para apontar prática generalizada de corrupção”.
“Tudo dominado”
Na interpelação, a Procuradoria-Geral do Estado resgata a fala de Ciro durante o evento tucano.
“Está tudo dominado, que nem as periferias estão pelas facções criminosas. Eu vou dizer para vocês, hoje, no Ceará, que era famoso pela decência, (...) não se realiza uma obra pública sem pagar propina! Uma obra pública sequer se realiza nesse Estado sem pagar propina aos donos do poder que estão aí. Quem quiser investigar é fácil; na Secretaria de Infraestrutura; na Superintendência de Obras, na Secretaria… enfim, todas elas estão controladas; no Detran, na questão da CAGECE, todo canto (...)”, concluiu o pedetista.
O Governo ainda argumenta que as falas de Ciro ganharam grande repercussão nas redes sociais.
“Além de prejudicar e macular a honra objetiva do Estado do Ceará, o discurso imprudente em questão atinge, danosamente, a imagem dos gestores e agentes públicos que prestam serviços nos órgãos e entidades estaduais”, acrescenta.
A assessoria de imprensa do ex-ministro Ciro Gomes foi procurada pela reportagem, e aguarda retorno.
Diário do Nordeste