O número de mulheres que trabalham por conta própria disparou 38,8%, na última década, no Ceará. Em 2012, elas eram 288 mil, mas esse contingente cresceu para 400 mil em 2022. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A categoria enquadra autônomas e empreendedoras, incluindo microempreendedoras individuais (MEI). Levadas a esse mercado, seja por necessidade ou oportunidade de negócios, as mulheres também amargam índices elevados de informalidade. Dessas 400 mil, 341 mil atuam em iniciativas não registradas no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), totalizando 85,2%.
Veja a diferença do quantitativo entre homens e mulheres trabalhando por conta própria, na última década, no Ceará
No período de agravamento da crise da pandemia de Covid-19, compreendido pela pesquisa, o fechamento de empresas pressionou o desemprego. Nesse contexto, a população intensificou a busca por alternativas para garantir o ganha-pão, recorrendo, em muitos casos, ao mercado informal.
A dificuldade de reinserção é ainda maior para a população feminina, considerando a desigualdade de gênero estrutural no mundo do trabalho formal.
Veja como ficou informalidade entre homens e mulheres empreendedoras, na última década, no Ceará
Os dados consideram o número de pessoas ocupadas na semana de referência como conta própria no trabalho principal, mas em empreendimento não registrado no CNPJ
O IBGE classifica como “conta própria” a pessoa que trabalha explorando o seu próprio empreendimento, sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com ajuda de trabalhador não remunerado de membro da sua unidade domiciliar.
Conforme o relatório do órgão, o ano de 2022 caracteriza-se pela recuperação de indicadores ao nível registrado no período pré-pandemia (2019). No ano passado, a população ocupada aproximou-se da sua maior estimativa dos últimos 10 anos, contabilizada em 2019.
Diário do Nordeste