Camocim precisa melhorar o tratamento de pessoas com problemas de saúde mental. - Revista Camocim

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Camocim precisa melhorar o tratamento de pessoas com problemas de saúde mental.


Por Frota Neto 


Passado em Camocim o que pode ser considerado por muitos a política do “pão e circo”, mesmo que disfarçada de entretenimento, cultura e arte (festival junino), precisamos retornar ao centro das discussões referentes aos problemas não resolvidos na “Praça da Odus”, que há tempo maltrata a população, sobre tudo os mais pobres. Então é hora de falar sobre a saúde pública. E hoje, especialmente, precisamos pontuar sobre a saúde mental, considerando que o público específico têm sido muito mal assistido, quase abandonado. 


Preciso destacar, antes de qualquer coisa, que não sou profissional da saúde, sou empresário. No mesmo destaque, garanto: não precisa ser profissional da saúde para detectar os problemas graves que precisam ser resolvidos urgentemente. 


Nos últimos meses, conversando com várias famílias, pessoas simples e necessitadas, tanto da Sede como da Zona Rural, ouvi relatos de provocar lágrimas, como esses: 


1 — “Seu Frota, meu filho vive em crise porque no CAPS é difícil encontrar atendimento. É muito demorado e nem médico têm”. E sempre falta o medicamento. Quando a gente vai atrás, é sempre complicado”.


2 - “Quando não tomo o medicamento minha ansiedade piora e eu fico mal, sem conseguir dormir, sem apetite "


Não é novidade a precariedade da Farmácia Pública. Também não assusta mais a notícia da falta de médicos. Mas assusta e indigna, sempre, a insensibilidade e irresponsabilidade dos que administram o município. É sobre isso que precisamos tratar, cobrar e denunciar na esteira da saúde pública. 


O número de pessoas com transtornos mentais, perambulando pelas ruas de Camocim, só aumenta.  No hospital, nos CAPS e nos consultórios da rede privada, o que não falta são pessoas procurando tratamento com psiquiatras e psicólogos.


Nas escolas também não faltam relatos de professores informando sobre alunos com fortes quadros ansiosos e depressivos. 


Nas Igrejas o assunto também é identificado: pessoas buscam alimentar a fé para superar quadros depressivos. 


Notícias de pessoas surtando no trabalho e na família, deixaram de ser novidades.


Camocim é o município da região com os números mais alarmantes de suicídios.


Quem consegue se tratar fora do SUS, ok! Mas, quem não? 


Lembra da promessa do CAPS 24H? 


As perguntas mais importante são: quando o município assumirá com responsabilidade o compromisso de cuidar do povo? Quando contratará ou efetivar mais psicólogos, médicos, psiquiatras, enfermeiros, assistentes sociais? Quando a prefeita superará a maldita cultura da falta de medicamentos? Quando ampliará com mais precisão no município a política da saúde mental, inclusive para as unidades básicas de saúde?


Depressão, ansiedade e outros casos de saúde mental são problemas graves, que podem provocar outras doenças e levar a morte. Por isso é preciso cuidar das pessoas, preveni-las com informações importantes por permanentes campanhas, com objetivo de quebrar tabus sociais e envolver ainda mais a sociedade nesse processo de cuidados.


As autoridades públicas precisam descruzar os braços diante do sofrimento e da morte das pessoas. Tal postura é criminosa.  


Na próxima semana voltarei a tratar deste assunto.