Líder do governo Elmano de Freitas (PT) na Assembleia Legislativa, o deputado Romeu Aldigueri (PDT), disse lamentar o que chamou de “picadeiro” que, segundo ele, a Prefeitura de Fortaleza teria feito ao expor publicamente o imbróglio nas obras da Ponte dos Ingleses. O parlamentar afirma que a gestão municipal recebeu ofício dos trâmites internos após os resultados de laudo técnico na obra, mas preferiu “ir para a ponte fazer vídeo e chamar a imprensa”. Aldigueri é do PDT, mesmo partido do prefeito José Sarto.
Na última quarta-feira, 26, Sarto anunciou, nas proximidades da ponte e junto de aliados, que o município iria finalizar a estrutura. O prefeito afirmou que foi comunicado, “que o Estado não iria fazer a obra". A Prefeitura destacou que a decisão aconteceu após um ano e meio de espera pela execução do projeto de reforma do local por parte do Governo do Estado. No entanto, a gestão estadual teria alegado indisponibilidade orçamentária para a realização das obras. A informação é contestada por Aldigueri. O deputado aponta que a obra já está licitada, além de citar que o Estado tem o valor e usou como exemplo investimentos milionários em obras na Capital, como o Hospital da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e na região do Parque do Cocó. O deputado afirma que a gestão municipal tenta antecipar o debate político das eleições municipais e faz “politicagem pela impopularidade”.
Segundo ele, o Governo não terminou a obra por “responsabilidade com a população”, diante do resultado da vistoria técnica que constatou erros na estrutura da obra. O deputado afirmou que “não tem segurança técnica” para que a obra receba as intervenções na parte superior, encargo do Estado no acordo firmado entre as partes antes do conflito.
“Não tem segurança técnica. Uma nota de três parágrafos para refutar um laudo técnico de 15 páginas que atesta, mostra, que o projeto deles não tem base. As fotografias mostram isso”, ressalta ao mencionar as condições dos pilares. A estrutura, segundo ele, não aguentaria toneladas de invenções para colocar o piso e o trânsito dos pedestres posteriormente.
“São (necessários) R$ 10 milhões para a ponte. Seria irresponsabilidade começar uma obra com um laudo que diz que a parte da maré está corroído”, complementa. Aldigueri afirma que o governo tentou mediar a questão por meio de trâmites internos ao oficializar a Secretaria de Infraestrutura (Seinf), ao apresentar o laudo, mas não houve retorno até o momento.
O POVO