A federação espanhola anulou o cartão vermelho para Vinicius Júnior na partida contra o Valencia, que aconteceu no último domingo (21) após ataques racistas ao brasileiro. Desta forma, ele está liberado para defender o Real Madrid contra o Rayo Vallecano, em jogo que acontece amanhã a partir das 14h30 (de Brasília) pelo Campeonato Espanhol.
O que diz o Real Vítima virou agressor. "A atuação do árbitro do VAR não poderia ser enquadrada como um 'erro humano', uma vez que a imagem enviada ao árbitro da partida para avaliar a ação foi totalmente parcial, tendenciosa e determinante para o erro do árbitro [de campo] na avaliação do ocorrido e, com isso, para a injusta expulsão do jogador, transformando a vítima em agressor."
Erro na súmula. "O relatório reflete apenas que, no minuto 73, um espectador na arquibancada sul se dirigiu ao jogador [...] gritando 'macaco, macaco', quando na realidade são fornecidas diversas provas que demonstram que não apenas ocorreu esse grave insulto durante a partida, mas também 'uma quantidade indecente e significativa de cânticos racistas, degradantes e intolerantes que, em nenhum caso, devem ter lugar em um estádio de futebol, e surpreendentemente o coletivo arbitral não ouviu, uma vez que nada é mencionado na súmula'
." Provas do que aconteceu.
O jogador foi recebido com insultos por numerosos torcedores entoando o cântico 'Vinicius, você é um macaco'. Durante a partida, foram proferidos inúmeros insultos ao jogador, destacando-se os seguintes: 'Maldito negro, você é um idiota', 'maldito negro, filho da p***, 'Vinicius, cachorro', 'macaco, você é um maldito macaco' e 'uh, uh, uh' (imitando o som de um macaco). A gravação também permitiria identificar que os insultos vêm de um grupo numeroso de pessoas. Além disso, quando o jogador deixava o campo, teriam sido gritados 'Vinicius, morra'.
O que diz a federação
Este comitê considera comprovada que a apreciação da arbitragem foi determinada pela omissão de toda a sequência de eventos, o que comprometeu fundamentalmente a decisão do juiz. De fato, o fato de uma parte crucial dos acontecimentos ter sido omitida levou à adoção de uma decisão arbitrária. Foi impossível avaliar adequadamente o que aconteceu, uma vez que, no procedimento necessário para a adoção dessa decisão, ocorreu a omissão de uma etapa indispensável para que ela pudesse ser legítima e legalmente adotada. [...] Portanto, é apropriado acatar as alegações formuladas e anular as penalidades disciplinares referentes à expulsão mencionada"
No mesmo comunicado, o órgão anunciou ainda que o Valencia foi multado em 45 mil euros (R$ 240 mil) pelos ataques racistas ao brasileiro no Estádio Mestalla.
O time ainda terá uma de suas arquibancadas fechadas por cinco jogos — o setor sul, denominado Mario Kempes, foi um dos mais barulhentos em relação aos gritos racistas.
"Considera-se comprovado que, conforme refletido pelo árbitro em sua ata, houve gritos racistas dirigidos a Vinícius, jogador do Real Madrid, durante a referida partida, alterando o andamento normal do jogo e resultando em infrações gravíssimas. Além disso, uma sanção econômica de 45 mil euros (R$ 240 mil) será imposta ao Valencia".