De três para 67 açudes sangrando: como as chuvas no Ceará já impactam os reservatórios em 2023 - Revista Camocim

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terça-feira, 2 de maio de 2023

De três para 67 açudes sangrando: como as chuvas no Ceará já impactam os reservatórios em 2023



Os espelhos d’água dos açudes cearenses refletem o cenário positivo no Estado durante a quadra chuvosa de 2023: o número de reservatórios sangrando passou de três, em fevereiro, para 67 no primeiro balanço de maio, nesta segunda-feira (1º). Além disso, 14 açudes estão com mais de 90% da capacidade.


O monitoramento, feito pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), mostra que 42,6% dos 157 reservatórios cearenses estão transbordando. No último domingo (30), a Cogerh divulgou que o acumulado hídrico chegou a 50% após 11 anos.


Isso significa que, após os bons registros de chuva nos últimos meses, o Estado alcançou metade da capacidade de armazenamento de água. Por causa disso, a Companhia classifica o Ceará numa situação confortável.


Contudo, existem diferenças entre as bacias hidrográficas no Estado. Por exemplo, os reservatórios do Acaraú, Litoral, Metropolitanas e Coreaú estão na classificação “muito confortável”, com reserva acima de 70%.


Já as regiões do Curu, Médio Jaguaribe e Sertão de Crateús, por outro lado, acumulam reservas na casa dos 30%. O Ceará ainda tem 30 açudes com volume inferior aos 30% de capacidade.


Pelo menos dois estão completamente secos: Madeiro, em Pereiro, e Salão, em Canindé. Já o açude Castanhão está com 31,4% da capacidade, o equivalente a 2,1 bilhões de metros cúbicos. Além disso, pelo menos sete açudes voltaram a sangrar após uma década.


AÇUDES VOLTAM A SANGRAR APÓS 10 ANOS


  • Cachoeira (Aurora)
  • Patu (Senador Pompeu)
  • Riacho do Sangue (Sonolópole)
  • Quixeramobim (cidade homônima)
  • Vieirão (Boa Viagem)
  • Jenipapo (Deputado Irapuan Pinheiro)
  • São José III (Ipaporanga)



Os açudes de Pacoti, Pacajus, Riachão, Gavião e Aracoiaba registraram volume superior a 90% de volume e podem abastecer a Região Metropolitana de Fortaleza sem precisar do Castanhão, conforme a Cogerh.


INÍCIO DAS CHUVAS


As chuvas são concentradas entre fevereiro e maio no território cearense. No primeiro mês da chamada quadra chuvosa, apenas três açudes estavam sangrando.


Os reservatórios de Caldeirões, em Saboeiro, Germinal, em Palmácia, e Rosário, em Lavras da Mangabeira, estavam com 100% da capacidade. Em fevereiro, apenas cinco açudes tinham mais de 90% do volume com água armazenada.


O mês começou com 69 açudes com volume inferior a 30%. Entre eles, o Castanhão, maior reservatório do Estado, estava com apenas 19,6% da capacidade, o que correspondia a 1.314,89 hectometro cúbico (hm³). Ou seja, cerca de 1 bilhão de metros cúbicos.


Ainda em janeiro, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) apontou que a quadra chuvosa deste ano tinha 50% de chance de atingir valores acima da média histórica.


Em fevereiro, os municípios cearenses alcançaram uma média de 131 milímetros (mm) de precipitações, conforme os dados monitorados pela Funceme. Esse valor é um pouco acima do acumulado observado normalmente.


ÁGUAS DE MARÇO NO CEARÁ


O primeiro mês da quadra chuvosa terminou sem grandes impactos nos reservatórios. No dia 1º de março, apenas seis estavam sangrando e outros seis tinham acumulado uma reserva acima de 90% da capacidade.


O açude Castanhão estava com 19,6% do volume no início do mês e, ao todo, o Estado estava com 68 açudes com volume inferior a 30% da capacidade. Mas foi exatamente nesse mês que a situação começou a mudar.


Em 2023, o Ceará teve o mês de março mais chuvoso dos últimos 15 anos. Os dados mais atuais da Funceme apontam uma média de 315 mm no período em que, normalmente, se observa pouco mais de 200 mm.


Essas chuvas intensas causaram deslizamentos, alagamentos e até mortes de cearenses em áreas vulneráveis. Moradores foram desalojados e estradas bloqueadas por causa disso. Parte dos prejudicados vive próximo de reservatórios de água.


Por isso, 20 municípios declararam situação de emergência, conforme o Boletim Integrado de Ações de Apoio aos Cearenses Afetados pelas Chuvas atualizado no último domingo (30). O Estado tem 2.994 desabrigados ou desalojados, 29 pessoas feridas e 7 mortes em decorrência das chuvas.


CHEIA NOS AÇUDES


Tanta água em março elevou para 48 o número de açudes sangrando no dia 1º de abril. Naquele momento, 11 reservatórios também estavam perto de transbordar com volume acima de 90%.


Ainda assim, a situação não era favorável para 46 açudes abaixo de 30% da capacidade de armazenamento. Contudo, a média dos reservatórios chegou a 40,7% de água.

A média de chuva entre as cidades cearenses foi de 197 mm, que corresponde a pouco menos dos 205 mm normalmente observados no mês de abril. Os dados, contudo, ainda podem ser alterados conforme a apuração da Funceme.


O acumulado de chuvas fez com o Ceará chegar ao cenário mais positivo em relação a porções de seu território sem qualquer nível de seca relativa desde o início da série histórica do Monitor de Secas, criado em 2014.


O QUE ESPERAR DE MAIO?


O prognóstico elaborado pela Funceme, que compreende até o mês de maio, aponta 40% de probabilidade de chuvas acima da média. Também há 40% de probabilidade em torno da normal histórica.


Há apenas 20% de chance das chuvas ficarem abaixo da normal. "Os modelos de previsão continuam apontando uma alta variabilidade espacial e temporal na distribuição das chuvas no estado", informou a Fundação.


Diário do Nordeste