Frota Neto: "Prender o gado é uma condição obrigatória, e não uma opção para os criadores" - Revista Camocim

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segunda-feira, 24 de abril de 2023

Frota Neto: "Prender o gado é uma condição obrigatória, e não uma opção para os criadores"


Antes de tudo, preciso dizer que considero necessário as audiências envolvendo a população, pois o povo precisa ser mais participativo nas tomadas de decisões dos nossos representantes, nos poderes legislativo e executivo. E ainda preciso dizer que falo deste assunto na condição de quem já viu a morte de frente, sentado no banco de passageiros do meu carro, que colidiu com um gado, que cruzou, do nada, na frente do veículo, nas proximidades da AABB, no alto da Praia das Barreiras, deixando prejuízo material e um trauma psicológico na pessoa que condizia o transporte.


É uma experiência terrível! Só quem a vivenciou sabe. Por isso, senti vergonha e me indignei com parte dos vereadores, ao acompanhar, pela internet, a Audiência Pública sobre os animais que vivem soltos nas estradas de Camocim, provocando acidentes com mortes, principalmente na região do Lago seco até a Praia do Maceió. 


Não foram solidários com os acidentados e muito menos com os familiares dos que morreram em acidentes provocados por animas nas estradas. Em todo o momento trataram de ser solidários apenas com os criadores de gado, dos quais não se têm notícias de que algum deles tenha pedido desculpas a população pelas tragédias. 


Nenhum vereador falou da obrigatoriedade de prender o gado ou soltá-los apenas em áreas privadas. Preferiram jogar culpa para quem não tem. 


Prender o gado, diga-se, é uma condição obrigatória, e não uma opção para os criadores, pois, somente preso, ou pastando em área privada, evita-se acidentes. Isso deveria ter ficado claro na Audiência Pública. No entanto, considerando o vergonhoso "passar de panos", o que ficou claro foi a vontade dos criadores em continuarem com seus animais soltos, sobre os olhos fechados e os braços cruzados do poder Legislativo e do Executivo. 


Em outras palavras, a Audiência deveria ter ocorrido para ouvir os envolvidos e as autoridades, na perspectiva da prisão do gado, e não para fornecer possibilidades contrárias. Mas o que se viu foi os vereadores querendo culpar o Detran, como se o órgão estadual fosse dono do gado ou como se mandasse soltá-los nas rodovias. 


É de simples entediamento: o Detran apreende o gado justamente porque foi solto pelos seus proprietários. E como bem falou o promotor de Justiça: apreender os animais nas estradas é uma medida "repressiva", e o que se precisa é de uma ação "preventiva", para o gado não ir para as vias públicas morrer e causar acidentes. 


As ações 'repressivas' só são necessárias porque as 'preventivas' são negligenciadas. E por falar no promotor, o doutor Rodrigo foi o único a apresentar uma proposta, um Termo de Ajustamento de Conduta - TAC que, dentre vários pontos, determina aos criadores a prisão dos animais em espaço privado e aplicação de multa a quem descumprir os termos.


Ninguém, pelo menos na Audiência, assinou o TAC. E não assinaram porque não têm interesse em resolver o problema, inclusive os vereadores James do Peixe, que é fazendeiro, e o vereador Emanoel Vieira, cuja família é dona de gado na região.


Concluo acreditando que nossos vereadores não estão preocupados com os acidentes, mas sim nos votos que podem receber dos criadores de animais, que através do seu representante, sugeriram que o estado contrata vaqueiros a cavalos e em moto para tanger o gado.


Frota Neto, empresario camocinense