Tragédia no litoral: sem condições de moradia segura, mais pobres 'sobem para o morro' enquanto condomínios ficam ociosos até alta temporada - Revista Camocim

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Tragédia no litoral: sem condições de moradia segura, mais pobres 'sobem para o morro' enquanto condomínios ficam ociosos até alta temporada



A tragédia no litoral norte de São Paulo causada por uma chuva recorde deixou ao menos 46 mortos e mais de 2.500 pessoas desabrigadas ou desalojadas, expondo um profundo traço de desigualdade na região.


A maioria das vítimas vive em zonas de risco de deslizamento por falta de condições para bancar uma moradia em áreas seguras – geralmente destinadas aos condomínios de luxo da região.


"Muitas vezes existe uma casa onde o cara quer ir embora. Aí ele veio de uma casa que antigamente era R$ 50 mil. Se você não chegar com R$ 200 mil, R$ 500, com R$ 1 milhão, você não compra. Ou seja, nós não temos condições", detalha Moisés Teixeira Bispo, líder da Central Única das Favelas em São Sebastião.


"O que as pessoas fazem? Sobem paro morro. Quanto mais, para cima, mais barato fica."


Em entrevista a Natuza Nery, o professor de instituto das cidades da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Anderson Kazuo Nakano defende que sejam implantadas novas maneiras de se regulamentar os condomínios de alto padrão no litoral.


"É preciso pensar formas aproveitar essas áreas próximas aos condomínios – distantes dessas áreas de impacto da Serra do Mar – para acomodar essa população que chegou lá para ajudar a construir esses condomínios e está lá para trabalhar como empregada doméstica, jardineiro, porteiro, segurança motorista."


Nakano explica ainda que não faltam recursos para que a prefeitura acomode as demandas habitacionais do trabalhador de baixa renda junto às áreas de condomínios. Em 2021, quatro das seis cidades em estado de calamidade – incluindo São Sebastião, a mais afetada – receberam R$ 548 milhões em distribuição de royalties do petróleo.


"Não é falta de recursos o problema ali no município. Além de receber as transferências intergovernamentais, precisa ter um compromisso mais claro com o planejamento urbano habitacional e ambiental no município por parte dos governantes locais."


G1