O Antonio Emanoel de Almeida Sousa, conhecido como Manel Vieira, de 34 anos, foi eleito pela primeira vez em 2008, babando profissionalmente o prefeito de Camocim da época, Chico Vaulino, e detonando o casal Sérgio e Monica Aguiar. Ele tinha apenas 20 anos e era filiado ao pelo PSDB, partido comandado pelo advogado Marcos Coelho, hoje vereador. Essa conjuntura lhe garantiu 1.849 votos nas urnas e 1.880 votos na sua premira reeleição em 2012, período em que começou a se depravar na política, se tornando no ano seguinte, 2013, protagonista do maior escândalo politico do legislativo municipal, que ficou conhecido como “as raparigas do cabaré”. Entenda.
O grupo de Chico Vaulino havia acabado de perder a prefeitura. Monica Aguiar fora eleita, derrotando o candidato da situação, Chiquinho do Peixe, vice-prefeito de Vaulino no seu segundo mandato. Apesar da derrota no Executivo, o grupo da Tijuca manteve um bom número de vereadores na Câmara, suficiente para desaprovar ou aprovar efetivamente qualquer matéria. Ocorre que esse poder do coletivo oposicionista foi utilizado por Emanoel Vieira, Mastrolhano e Jeová Vasconcelos para ajudar o então ex-prefeito Sérgio Aguiar: o trio, como se diz em boca miúda e boca larga, nos quatro cantos de Camocim, “traiu seu grupo politico, se vendendo” na votação da prestação de contas de governo de Sérgio Aguiar, referente a um dos anos do seu mandato de prefeito de Camocim.
Ora, os vereadores de oposição, incluindo o trio, haviam se articulado para desaprovar as contas do ex-mandatário Aguiar, torná-lo ficha suja e bani-lo da vida politica. O que ocorreu? Bom, na hora da votação secreta, Vieira, Mastrô e Jeová, salvaram Sérgio! A princípio, com medo da pressão popular e politica, os três negaram fortemente, de modo que Emanoel chegou a dizer: "ofereço a minha alma ao satanás se tiver sido eu o traidor!". Dias depois ele assumiu ter votado em Sérgio com os dois colegas. Em seguida declararam apoio ao grupo da então prefeita Monica Aguiar.
“As 03 Raparigas do Cabaré” foi o nome que o advogado Marcos Coelho resolveu utilizar para batizar o episódio.
Num curto espaço de tempo, Vieira protagonizou outro escândalo: assumiu na Tribuna da Câmara ter mentido documentalmente para a Justiça, assinando uma declaração falsa, segundo ele, para ajudar seu colega de bancada, o ex-vereador Régis da Ipu, que estava sendo perseguido politicamente pela oligarquia Aguiar. “Assumo o crime!”, berrou para o mundo Emanoel Vieira, utilizando os microfones do parlamento durante uma sessão tensa.
Ele precisou responder na Justiça pela declaração polêmica, mas foi recentemente inocentado, pois conseguiu provar haver mentido ao proferir tal afirmação. Ou seja, ele não forneceu declaração falsa para a justiça. Neste caso, entrou para a história como o único vereador de Camocim que conseguiu provar na Justiça que é “mentiroso!”
Vieira também participou ativamente do golpe politico dado em Régis da Ipu. — sim, foi golpe! Régis conseguiu provar na lenta Justiça suas inocência.
Já no grupo 'Cara de Pau', Emanoel se tornou presidente da Câmara e se reelegeu vereador nas eleições de 2016 e 2020.
Agora, com maestria politica, 14 anos após sua primeira eleição, maduro, casado, com duas formações acadêmicas — bacharel em Serviço Social e Direito —, uma especialização na área da saúde e um curso técnico de enfermagem, mais a profissão de radialista, ele consegue, novamente, desdobrar Sérgio Aguiar, derrotar humilhantemente Lúcia da Ematerce, e emplacar seu nome com possibilidades reais de ser eleito presidente do poder legislativo de Camocim.
Esse é o Emanoel Vieira, que agora se diz uma nova criatura, mais temente a Deus, membro forte da Renovação Carismática Católica.
Carlos Jardel