Leia a nota do prefeito, publicada 'coincidentemente' nas vésperas da festa dançante de um aliado que precisa da manutenção da estrada. Abaixo, nossas considerações.
É normal e necessário que o prefeito se manifeste publicamente sobre os assuntos de interesse público, principalmente sobre os fatos que afligem a população. No caso da estrada da comunidade Curimãs, no município de Barroquinha, o chefe do executivo municipal, Jaime Veras, não errou em publicar uma nota oficial — apesar do 'conteúdo cara de pau' e questionável que iremos tratar — errou pelo atraso na comunicação — erro que, inclusive, prejudica a imagem do gestor e da gestão, conotando irresponsabilidade — e falhou pela demora na aplicação das medidas para aliviar os impactos do problema que a comunidade enfrenta.
E qual problema? Resposta: os moradores da comunidade Curimãs [região praiana] estão praticamente sem acesso à sede do município, com a estrada invadida por dunas móveis. A areia não respeita a experiência dos motoristas e atola os transportes desprovidos de trações. Os passageiros — até mesmo estudantes, idosos e gestantes — em muitos casos, precisam descer e empurrar os veículos, como se pode constatar em fotos e vídeos que circulam na grande rede de computadores.
Leia a nota do prefeito, publicada 'coincidentemente'' nas vésperas da festa dançante de um aliado que precisa da manutenção da estrada. Abaixo, nossas considerações.
A nota
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Passo a destacar partes da nota e comento.
“Tomei conhecimento por algumas imagens que circulam nas redes sociais sobre a estrada de Curimãs”
Mentira! Impossível o prefeito ter tomado conhecimento apenas ontem, quarta-feira (14). Ele não mora na Lua! Há dias os moradores da comunidade divulgaram fotos e vídeos nas redes sociais, nos grupos de WhatsApp que contam com a participação de aliados do prefeito e membros do governo. Além disso, o próprio Jaime mantém uma vida ativa na Internet. Sem falar nos capachos e olheiros de plantão.
“A administração sempre esteve a frente dos trabalhos de manutenção da mesma, nunca teve abandono da estrada, as máquinas sempre estão dando manutenção”.
Acertou quando colocou o verbo no pretérito perfeito do indicativo: “esteve!”. Fato do passado, na gestão do ex-prefeito Ademar. No presente é impossível afirmar: “as máquinas sempre estão dando manutenção”.
“infelizmente os ventos nesse período estão muito fortes, lembrando que as cercas feitas ilegalmente ajudaram a piorar o acesso, onde as dunas não tem passagem livres".
1º a culpa não é dos ventos. A culpa é da má gestão pública, que não se planejou, mesmo conhecendo o climas e as condições das região. Dois anos não foram suficientes para perceber o prévio da natureza?
2º Quer dizer que o prefeito tem conhecimento de cercas erguidas ilegalmente e nada faz? Para que serve a Procuradoria do Município? De quem são as cercas? O prefeito está prevaricando ou mentindo?
“Nossa administração sempre está atendendo toda população, nunca recuaremos para cuidar do nosso povo”.
Outra mentira, ou melhor, duas:
1ª a frase está mal elaborada, mas, mesmo assim, nunca atendeu toda a população! A fila de 'desatendidos', principalmente na área da saúde, é grande e pública.
2ª “nunca recuaremos”. Impossível recuar sem se movimentar. A gestão municipal estagnou!, cruzou os braços e fechou os olhos.
“Entrei em contato nesse momento com o Secretário de Infraestrutura, para que fosse feito um trabalho paliativo de urgência, para que em seguida, quando melhorar o período de fortes ventos, pudéssemos fazer uma nova estrada nesses trechos precários”.
Como assim, “entrou em contato nesse momento?” o momento da realização da festa dançante de aliados do prefeito? Porque os carros precisam passar para não prejudicar a festa?
Carlos Jardel