Estava tentando controlar minha língua e meus dedos para não tornar público o que considero oportunismo e politicagem descarada da turma da prefeitura de Camocim na festa do Padroeiro da cidade, Senhor Bom Jesus dos Navegantes. Não resiti!
Antes, é preciso deixar claro que isso não parte do pároco padre Evaldo. Ele se mantém léguas de distância dessa 'Aguiar obstinação' por holofotes, poder e glória em todos os espaços da sociedade. Evaldo é ético, respeitoso e zela pelo decoro. As vezes, quando necessário, como um bom lider religioso, sabe ser enérgico. Noutras ocasiões - como esta da foto, fica refém, sem nada poder fazer.
Agora sim, vamos aos fatos:
1 - A solenidade de hasteamento da bandeira da festa do padroeiro, no dia 10, [foto] não ficou parecendo um evento da fé católica. Imitou uma atividade da prefeitura de Camocim, em que o pároco, mesmo sendo o anfitrião do evento, fez as vezes de mero convidado. Explico: a prefeita convocou seu secretariado, mais os vereadores aliados [povo que só anda na Igreja no aniversário do Sérgio Aguiar] para se posicionarem em vanguarda, chamando a atenção dos holofotes.
Entenda
Historicamente, por se tratar da festa padroeiro do município, a/o chefe do poder executivo é convidado para hastear o pavilhão municipal, enquanto o pároco hasteia a bandeira da Paróquia ou do Padroeiro. E, tradicionalmente em Camocim, quem 'brilha nesta solenidade' é o Pároco, que representa a comunidade de fé, e não o prefeito, a prefeita ou quem quer que esteja revestido de poder politico. A festa, lógico, não é de natureza politica.
Só que neste ano a prefeita Betinha resolveu roubar a sena: enquanto o padre Evaldo abriu mão de ornamentar o local do hasteamento com seus coroinhas, ministros da Eucaristia, da Palavra e irmãos do Santíssimo, ela abraçou a possibilidade e poluiu vergonhosamente o ambiente religioso com seus subordinados de primeiro escalão.
"Ficou parecendo um palanque de comício", disparou uma senhora que assistia o ato ao lado deste blogueiro.
O fato é que eles tomaram de conta do pedaço de um jeito que sufocaram até a presenca do vigário Paroquial, o querido padre Sebastiãozinho, que mal apareceu na filmagem e nas fotografias.
Para este episódio, nota zero! E nota zero também para o episódio que relato a seguir.Vamos ao fato.
2 - Já no encerramento da celebração de ontem, 14, um dos coordenadores da festa interrompeu sua fala, nos comunicados derradeiros, para "registrar a presença da Dra. Daniele Aguiar".
Aí o cristão deve estar pensando: deve ser uma importante autoridade ou uma famosa e influente beata do município. Certo? Não. Errado! Essa doutora nem doutorado é! Tão pouco ocupa cargo público oficialmente. Trata-se da irmã do deputado estadual Sérgio Aguiar - mais uma católica não vista em Igrejas, a não ser nas comemorações de família.
A última vez que a boa e exemplar católica, Daniele Aguir, teve seu nome publicado foi no episódio em que tentou espancar a Roselena Uchoa e um advogado, num dia de votação eleitoral em Camocim.
Ou seja, ela não poderia, a não ser por pura bajulação, ter seu nome registrado na celebração Eucarística como uma figura importante para o catolicismo em Camocim.
Mas, Jardel, ela é uma patrocinadora da festa! Dane-se! Isso não a torna merecedora de honras, tampouco significa que virou uma boa católica. Significa apenas que resolveu investir na publicidade de seu nome.
Quem sabe esteja Daniele Aguir querendo lançar seu nome para disputar algum cargo eletivo nas próximas eleições e viu a festa do Padroeiro como um momento oportuno.
Esse povo costuma olhar pras Igrejas como um bom negócio político.
Carlos Jardel .