O padre do PR, José Aparecido Bilha foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira (21) no quintal da casa paroquial em Guaíra, no Oeste do Paraná. O padre estava com um corte profundo no pescoço e, ao lado do corpo, tinha uma faca.
O Padre Cido, como era conhecido, tinha 63 anos de idade e em março completou 28 de ordenação sacerdotal. Atuou no Seminário São Cura d’Ars, em Quatro Pontes, como promotor vocacional e diretor espiritual (1996-2000) e também como reitor (2000-2001). Nesse mesmo período foi vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora da Glória, em Quatro Pontes.
Entre 2002 e 2003, Bilha se especializou em Bogotá, na Colômbia. Em 2016 foi designado para acompanhar a formação seminarística junto ao Seminário São João Paulo II (Teologia), em Curitiba, permanecendo até o final de 2019, quando atuou como pároco junto à Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Guaíra.
Fiéis dizem que ele estava sendo ameaçado e sofrendo pressão política por ter declarado voto em Lula. No sábado, houve uma reunião de empresários do agronegócio na cidade.
Num grupo de WhatsApp de moradores a que o DCM teve acesso, um homem que pediu para não ter a identidade revelada escreveu o seguinte: “Somos 35 mil habitantes, e a cidade é praticamente 95% bolsonarista. Vivemos reclusos, não postamos nada, não podemos ir na avenida comemorar a vitória do presidente, eles ficaram em seus caminhões fazendo rondas armados pra intimidar qualquer comemoração. Ele foi achado no pátio da igreja, como se alguém tivesse chamado e ele foi atender. Acho que essa história de suicídio é pra mascarar um homicídio”, disse.
Um bolsonarista reagiu à morte de Bilha da seguinte maneira: “Se era vermelho, menos um”.
Senhora Aparecida, na cidade de Guaíra, e foi encontrado morto por funcionários na abertura do expediente desta segunda-feira, 21 de novembro. Externamos condolências à família Bilha e à comunidade católica de Guaíra, especialmente desta paróquia, que foram surpreendidos pela triste notícia.
Informamos ainda que o caso está sendo investigado pelas autoridades de segurança pública e acompanhado pela Diocese. Rogamos a Deus que, na sua misericórdia, acolha este irmão no sacerdócio que dedicou sua vida pelo bem dos fiéis.”
Diário de Pernambuco