O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, inicia, no Ceará, uma rodada de conversas com líderes correligionários para fazer uma avaliação do conturbado pleito estadual de 2022 e tirar uma posição do partido sobre o governo Elmano de Freitas (PT). Lupi encontrará um ambiente dividido ainda por influência do racha na campanha eleitoral para governador e precisará de diálogo para reagrupar as forças partidárias.
De acordo com o presidente estadual do PDT, André Figueiredo, Lupi deverá conversar com as principais lideranças do PDT no Estado. Há diálogos previstos com o ex-ministro Ciro Gomes, o senador Cid Gomes, o ex-prefeito Roberto Cláudio e o atual prefeito de Fortaleza, José Sarto.
É uma possibilidade, o presidente nacional pedetista manter contato também com petistas como o próprio governador eleito. Elmano, por sinal, tem repetido o interesse de contar com o PDT em sua base de apoio, mas a posição interna do PDT não é unânime em relação a isso.
O grupo que se encontra mais próximo de Ciro Gomes e Roberto Cláudio, por exemplo, tem feito sinalizações de que o partido deve ir para a oposição.
Já a corrente mais ligada ao senador Cid Gomes – na qual se inclui a maioria dos deputados estaduais da legenda – pretende compor com o novo governo. O próprio Cid Gomes já relatou a este colunista, a sua articulação neste sentido.
André Figueiredo, em contrapartida, diz ser defensor do diálogo interno no Partido e que haverá “serenidade” para as decisões.
“Não podemos ter um alinhamento automático, mas também, até por conta do campo político, não vamos ser uma oposição inconsequente”.
ANDRÉ FIGUEIREDO
Presidente estadual do PDT
Quando se refere ao campo político, André põe no debate a relação entre PT e PDT em âmbito nacional. Os dois partidos, aliados históricos, já iniciaram o processo de aproximação. Em Brasília, a legenda integra o grupo de transição de governos e há uma possibilidade efetiva de integrar a base aliada de Lula e até ocupar cargos no governo.
Diário do Nordeste