Pais de crianças com necessidades especiais estão querendo saber da prefeitura de Camocim qual será o dia, a hora e o ano que o Centro Especializado de Atendimento e Desenvolvimento Inclusivo Bem-me-Quer - CEADI iniciará os atendimentos (?), pois, desde a sua inauguração, 22 de setembro, o equipamento não serve a ninguém.
"Tenho uma filha autista que precisa de acompanhamento multidisciplinar com fonoaudiólogo, psiquiatra infantil, nutricionista e outros.
Fui no CEADI dia 29 de setembro, fiz o cadastro da minha filha e depois, no dia 7 de outubro, ela fez uma avaliação, mas, até agora, nada de retorno. E já vai fazer 2 meses que o centro foi inaugurado, mas não obtenho resposta do Centro. Minha nenê precisa desse tratamento, não só ela, mas todas as outras", relatou ao blog uma mãe, que terá seu nome resguardado para evitar que seja perseguida politicamente pela prefeita.
Antes da alfinetada, registo: o CEADI foi inaugurando com pombas pela prefeita Betinha na semana de aniversário de emancipação politica de Camocim, com a promessa de "transformar para melhor a vida de famílias e crianças que necessitam de atendimento especializado em saúde".
Conforme postagem nas páginas oficiais do governo municipal, "o novo CEADI ofertará, além de um espaço físico lúdico e acolhedor, atendimentos com médicos, psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeuta ocupacional".
Alfinetada
Tudo aponta para a seguinte interpretação: o Centro foi inaugurado nas atividades alusivas ao aniversário de Camocim e, também, principalmente, na campanha eleitoral. E como tudo que se faz na gestão municipal precisa respingar glórias no casal Aguiar [Sérgio e Monica], é crível que tenha sido uma inauguração de campanha politica do tipo: "graças ao deputado Sérgio e a ex-prefeita Monica estamos inaugurando isso". Ora, eles eram candidatos! Ele a deputado e ela a suplente de senador.
Sendo uma mera inauguração de campanha politica, não é de se espantar que o equipamento tenha sido introduzido para a população apenas com a prontidão do espaço físico, ou seja: sem o conjunto dos profissionais técnicos.
Como estamos no "período de pé na bunda" dos contratados da prefeitura - inclusive de médicos -, é possível que o CEADI só passe a funcionar plenamente no próximo ano, na nova remessa de contratados.
Mas se os profissionais estiverem em plena atuação no Centro, o problema deve ser de irresponsabilidade com os usuários.
Carlos Jardel