O Ceará já confirmou, até esta quinta-feira (25), 45 casos de monkeypox. O número representa um aumento de 55% em relação ao início da semana, quando o boletim da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) registrava 29 casos.
Fortaleza é a cidade com maior incidência da doença, com 37 pacientes infectados. Maracanaú aparece em seguida, com 2 casos. Caucaia, Jijoca de Jericoacoara, Pacajus, Russas e Sobral têm um caso cada. Um dos casos confirmados é de outro estado.
Dos 45 pacientes, todos homens, de acordo com painel da Sesa, 36 apresentam erupções de pele, sintoma mais característico da monkeypox. Febre, inchaço nos gânglios e lesão na região genital completam o quarteto de sintomas mais identificados entre os cearenses.
A faixa etária com mais casos confirmados até hoje é de 30 a 39 anos, com 22 confirmações; seguida por cearenses de 20 a 29 anos (14 casos), 40 a 49 anos (8 casos) e 10 a 19 anos (1 caso).
Além dos confirmados, 197 casos suspeitos seguem em investigação pela Sesa, e outros 20 são apontados como “prováveis”. A secretaria diferencia esses casos da seguinte forma:
Caso suspeito: indivíduo que tenha lesões de pele sugestivas à monkeypox e/ou proctite e/ou inchaço peniano;
Caso provável: é um caso suspeito, sem exame laboratorial para monkeypox ou com resultado inconclusivo, mas que não pode ser descartado em função dos sintomas típicos ou de exposição do paciente à doença.
QUAIS OS SINTOMAS DA MONKEYPOX?
Dentre os casos notificados no Ceará, segundo a Sesa, os sintomas mais apresentados pelos pacientes foram lesões de pele (85,8%), febre (50,3%) e dor de cabeça (42,2%).
Os sinais e sintomas da monkeypox duram de 2 a 4 semanas, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), e desaparecem por conta própria, geralmente sem complicações.
Os principais sintomas da monkeypox (varíola dos macacos), já identificados entre os cearenses, são:
- lesões na pele;
- febre;
- dor de cabeça;
- fraqueza;
- dor muscular;
- aumento dos linfonodos do pescoço;
- dor de garganta;
- dor nas costas;
- suor/calafrios;
- dor nas articulações;
- lesão genital/perianal;
- náusea/vômito;
- inchaço dos gânglios;
- lesões na boca e mucosas;
- tosse;
- sensibilidade à luz;
- conjuntivite;
- inchaço peniano;
- proctite (inflamação no reto);
- sinais hemorrágicos.
O período de incubação do vírus monkeypox é “tipicamente de 6 a 16 dias”, mas pode chegar a 21 dias, como explica o Ministério da Saúde. Ou seja, esse é o período que o paciente pode manter sem sintomas após ter contraído o vírus.
COMO OCORRE A TRANSMISSÃO DA MONKEYPOX?
Entre humanos, o vírus é transmitido por contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de infectados, fluidos corporais ou objetos recentemente contaminados.
“Quando a crosta desaparece e há reepitelização, a pessoa deixa de infectar outras e, na maioria dos casos, os sinais e sintomas desaparecem em poucas semanas”, aponta a Sesa.
De acordo com o Ministério da Saúde, a monkeypox “é uma doença que exige contato muito próximo e prolongado para transmissão de pessoa a pessoa, não sendo característica a rápida disseminação”. Apesar disso, o vírus tem potencial epidêmico.
COMO PREVENIR A VARÍOLA DOS MACACOS?
Evitar contato com pacientes suspeitos ou infectados;
Higienizar as mãos com frequência, com água e sabão ou álcool;
Usar máscaras de proteção.
As medidas também valem para roupas, roupas de cama, talheres, objetos e superfícies utilizadas por pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Esses itens devem ser limpos da forma adequada.
O QUE FAZER SE TIVER SINTOMAS DA MONKEYPOX?
As autoridades de saúde recomendam que o paciente que apresentar sintomas da varíola dos macacos procure uma unidade de saúde, para atendimento médico. E não entre em contato com outras pessoas.
QUAL É O TRATAMENTO DA MONKEYPOX?
O tratamento dos casos suspeitos de varíola dos macacos tem se baseado, conforme boletim da Secretaria da Saúde, “no manejo da dor e do prurido, cuidados de higiene na área afetada e manutenção do balanço hidroeletrolítico”.
A maioria dos casos, observam as autoridades de saúde, apresenta sintomas leves e moderados. “Na presença de infecções bacterianas secundárias às lesões de pele, deve-se considerar antibioticoterapia”, acrescenta a Sesa.
Até o momento, não há medicamento aprovado especificamente para monkeypox, embora alguns antivirais tenham demonstrado alguma atividade contra o MPXV.
Diário do Nordeste