Sem grades e com TV: como é a prisão onde está promotor de Justiça detido por homicídio em Fortaleza - Revista Camocim

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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Sem grades e com TV: como é a prisão onde está promotor de Justiça detido por homicídio em Fortaleza


O promotor de Justiça Antônio Ricardo Brígido Nunes Memória, de 66 anos, segue preso em Fortaleza há quase uma semana, devido à suspeita de matar a tiros um idoso. O espaço onde o promotor está detido se trata de um alojamento, na 4ª Companhia do 1º Batalhão dos Bombeiros Militares, no bairro José Walter.


A reportagem do Diário do Nordeste apurou detalhes de como vive o promotor, nos últimos dias e as condições do ambiente onde ele está. O local é vigiado, mas não tem grades. É considerado 'sala de estado maior', previamente pensado, já que Ricardo tem prerrogativa de foro.


O compartimento tem quase 15m², aparelho televisor, cama, chuveiro e ventilação. "É um quarto usado por oficiais dos bombeiros em outros períodos", explica o advogado de defesa, Walmir Medeiros. Antônio Ricardo tem exclusividade no compartimento e está proibido de usar celular.


A defesa considera o local adequado e diz não pretender pedir transferência do preso, até o momento. "Durante o processo, na condição de preso preventivo, é uma sala de estado maior. Não tem como ir para outro local", acrescenta Walmir Medeiros.


PRESO EM FLAGRANTE


Antônio Ricardo Brígido Nunes Memória foi preso em flagrante instantes após os disparos que mataram o autônomo Durval César Leite de Carvalho, 72 anos, no bairro Cidade dos Funcionários. Câmeras do entorno do local do crime mostraram o momento em que o promotor sai da residência e foge.


O homicídio pode ter sido motivado por uma traição. A linha de investigação vem a partir dos depoimentos de policiais militares, que participaram do flagrante.


A reportagem do Diário do Nordeste teve acesso a documentos, nos quais constam que, pelo menos três PMs, teriam ouvido do promotor que o suspeito “alvejou uma pessoa por causa de uma traição”.


Antônio Ricardo teria dito aos militares, no momento em que foi abordado, que não premeditou a ação, e que o disparo aconteceu porque a vítima “estava tendo um caso com a sua esposa”.

O suspeito ainda teria dito aos policiais que decidiu ir a casa de Durval, quando estava a caminho do seu sítio: “Ele disse que foi até a casa do Durval para confrontá-lo, mas sem a intenção de cometer qualquer ilícito”. Com Antônio Ricardo foram apreendidas duas armas de fogo, uma pistola Taurus 9mm e um revólver Taurus calibre 38.


Três policiais militares e dois filhos da vítima devem ser ouvidos em audiência marcada para acontecer na manhã desta quarta-feira (24). A Procuradoria Geral de Justiça do Ceará requisitou a presença das testemunhas para comparecerem na unidade, localizada no Cambeba.


A audiência é parte do Procedimento Investigatório Criminal (PIC) aberto pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) para apurar o homicídio. A previsão legal do órgão é que a investigação seja concluída e remetida ao Poder Judiciário em 10 dias.


Enquanto isso, o promotor segue detido preventivamente.


AFASTADO DAS FUNÇÕES


Nessa terça-feira (23), o Ministério Público do Ceará (MPCE) decidiu que o promotor fosse afastado das funções, por 120 dias (ou seja, 4 meses). O afastamento foi decidido por unanimidade pelo Conselho Superior do órgão. A decisão não impacta os vencimentos a serem recebidos pelo servidor público.


Magno César Carvalho, filho da vítima, diz que a família não entende o motivo do crime e pede Justiça para o caso: "Não sabemos de onde veio essa mágoa. Nós queremos que ele seja punido, ele tirou a vida de uma pessoa".


"A gente espera que a Procuradoria não deixe isso impune. Ele precisa ficar preso, pagar pelo que fez. Me pergunto como alguém tão capacitado faz uma coisa dessa? Precisa ser excluído da sociedade, precisa ser excluído dos quadros do MP", pede o filho de Durval.


Nesta quarta, a partir das 18h30, acontece a Missa de 7º Dia de Durval Carvalho. Famílias e amigos se reunirão na Igreja da Glória, na Avenida Oliveira Paiva.


Diário do Nordeste