Se de debaixo de sol a humilhação já é grande, imagine com chuva
Como de costume, a prefeita de Camocim — neste ano a Betinha — com o deputado Sérgio Aguiar, distribuem "mini-cestas básicas" para as pessoas pobres da cidade, e todos os anos a humilhação é a mesma: o povo madruga na fila, no relento, na Praça da Igreja Matriz, em Jejum, em frente ao prédio da prefeitura, aguardando a boa vontade da alta corte, do imperador e da imperatriz, que costumam aparecer lá para depois das 08h, com a cambada de puxa sacos e fotógrafos para registrarem a cena — que eu chamo beija-mão — e jogarem nas redes sociais vendendo a imagem de "santidade, caridosos, generosos e bons cristãos". Tudo teatro!
Bom, já que não melhoram a mini-cesta, recheando-a demais produtos alimentícios, elevando-a para o nível verdadeiro de cesta básica, deveria pelo menos, a prefeitura, tratar com mais dignidade as pessoas a serem beneficiadas, realizando a entrega em um local que os proteja do sol e da chuva, aliviando o cansaço da espera. O galpão da antiga estação ferroviária seria ideal.
Notem: a prefeitura monta uma estrutura para proteger apenas a prefeita e o deputado, enquanto o resto do povo que se "lasque", pagando seus pequenos na gigantesca fila.
Na realidade o correto seria entregar a cesta na residência das famílias beneficiadas, devidamente cadastradas na Secretária do Desenvolvimento Social e Cidadania. Mas...
Carlos Jardel