Ele passou o dia todo trabalhando assim, com esse sapato couro fino? Resposta: Não! foi só a pose pra foto!
Desde que as redes sociais geradas na internet se configuraram irreversivelmente como instrumentos da vida cotidiana da sociedade, ficou difícil de impedir a ascensão dos medíocres, que pipocam nos vários cenários protagonizando cenas patéticas, como essa do prefeito de Barroquinha, Jaime Veras, que aparece no Instagram forçando a barra, para ser visto na mídia como o prefeito simples, sem frescuras, que se identifica com o povão, sem exitar em, como ele diz em uma das legendas, "colocar a mão na massa".
Com essa indumentária de quem vai pro ar condicionado, pergunto: ele passou o dia todo trabalhando assim? Resposta: Não! foi só o tempo dedicado pra foto!
Patético e ridículo definem a imagem, porque não foi uma atitude original e espontânea, capaz de caracterizar o agente público como um servo do povo. Foi algo teatralizado, direcionado ao fotógrafo, com destino ao perfil do gestor na grande rede. Uma mera e pobre cena publicitária, objetivamente criada para tentar impactar positivamente na opinião pública, como resultado de um plano que vislumbra substituir por algo melhor a imagem do chefe politico, descompromissado e desantenado aos anseios do povo.
Ocorre que não é assim que se esfola um bode. Até mesmo a idiotice que o cerca, em dois tempos, é capaz de desmontar esse cenário de circo. Primeiro porque Jaime Veras não é pedreiro e nem servente. Ele é prefeito! e logo seu trabalho não é o que aparece na foto, mas justamente o que não aparace na foto. E cá pra nós: não aparece em lugar nenhum, pois é da natureza do prefeito - pelo histórico que tem - não fazer o seu serviço.
Já as legendas - "colocar a mão na massa " e "vamos cuidar do nosso lugar todos juntos"- são um grande clichê, que, dependendo do contexto, deveria ser proibido no vocabulário de prefeitos da marca Jaime Veras, porque, de certa forma, torna-se um apelo prosélitista, enfraquecedor dos valores nobres de uma gestão democrática. Eu diria até que a cena abobalhada é um contravalor ao nobre ato de administrar a máquina pública.
Nota zero pro Jaime Veras!
Carlos Jardel