Reverbero, sem ressalvas, a constatação lamentável do vereador Marcos Coelho (PSDB) sobre a predominância da miséria intelectual e politica que toma conta dos assentos legislativos. Sem generalizar, óbvio, mas, os representantes do povo de Camocim nadam no oceano da incompetência, surfam nas ondas da ignorância e são soprados pelos ventos da cretinice e da desonestidade.
E sobre o que disse Marcos Coelho a respeito do Pedido de Urgência para votação do projeto do poder executivo, solicitando crédito adicional de R$ 700 mil reais para a construção da "Casa do Mel", fiz questão de transcrever em letras garrafais:"NÓS NÃO NOS COMPORTAMOS AQUI COMO PARLAMENTARES" .
Por que ele disparou a critica? Resposta: Porque o Projeto, como de costume, chegou em cima das buchas. Na hora da Sessão Legislativa da última sexta-feira (20). Já o Pedido de Urgência foi feito, também durante a Sessão, pela vereadora Lúcia da Ematerce, que alegou pressa para o município cumprir prazos do governo do estado, sob o risco de perder o projeto.
O Pedido de Urgência e a matéria do crédito adicional foram aprovados pela maioria.
E onde está o erro e a falta de respeito nisso? Respondo:
1 - O erro dos vereadores consiste em aprovar um projeto sem o tempo necessário de apreciação e discussão da matéria. Ou seja: votam no escuro, sem saber ao certo o que estão aprovando ou reprovando.
2 - O erro também está na não inclusão da população nas discussões dos projetos. - A base do governo rejeita toda proposta de Audiência Pública, maioria delas solicitadas pelo vereador Marcos Coelho.
Resumindo: quando os vereadores da bancada de situação votam apressadamente, sem saberem ao certo do que se trata, estão apenas cumprindo a ordem da chefe do executivo e merecendo a alcunha de "marionetes". Já os da bancada da oposição, não menos irresponsáveis, quando votam favoráveis ao erro, agem assim por pura falta de convicção e até mesmo por medo da critica adversária.
Eles também, nestas condições, desrespeitam os seus respectivos eleitores bem como toda a população. E isso sem falar no Regimento Interno da Câmara e na Lei Orgânica do Município, instrumentos que garantem a participação popular e determinam a ação legislativa, como bem lembrou o vereador Marcos, advogado e que antes da vereança foi procurador da Câmara.
Antes de concluir, retorno à justificativa da "urgência" solicitada pela vereadora Lúcia da Ematerce, que disse ter sido para o município "não perder prazos e o projeto". Bom, isso não justifica nada! Pelo contrário, atesta a incompetência da gestão pública municipal, que não se antena e não se programa para cumprir sem atropelos estes supostos 'prazos'. Me poupe!, mas é pura sacanagem o fato do governo municipal correr contra o relógio. Isso apenas diz o quanto a gestão passa longe do principio constitucional da "eficiência" na administração pública.
Mas, voltando ao caso da Câmara Municipal: Vergonha total! Já teve num passado não muito distante um quadro de vereadores, tanto de situação como de oposição, apesar de safados, bem melhores! E quando o Marcos Coelho - que não é santo - diz: "não nos comportamos como parlamentares", por uma questão de justiça com o que resta da inteligência coletiva, todos deveriam concordar...
Carlos Jardel