CONTRATO IRREGULAR
O nome da servidora foi citado pela primeira vez no depoimento de Luis Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação no Departamento de Logística do Ministério da Saúde.
Ele relatou à CPI que Regina Célia liberou e fiscalizou a importação de 20 milhões de doses do imunizante, mesmo diante das divergências em relação ao contrato inicial. Segundo relatou, essas irregularidades teriam o impedido de assinar a autorização de importação, o que foi feito pela servidora depois.
Luis Ricardo Miranda e o irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), denunciaram a existência de "pressão atípica" na pasta para a aquisição da Covaxin, mesmo com os erros verificados na ordem de pagamento.
Conforme os irmãos, Regina Célia era a fiscal do contrato com a Bharat Biotech, empresa indiana que desenvolveu a vacina. A fatura gerada para a compra trazia número menor de doses do que o combinado, determinação de pagamento antecipado e o nome de uma empresa intermediária que não constava no contrato.
Segundo Luis Ricardo Miranda, as duas primeiras irregularidades foram sanadas após identificadas, mas a fatura permaneceu em nome da empresa intermediária — a Madison Biotech, baseada em Singapura.
Ao saber das irregularidades pelo irmão, o deputado Luis Miranda, que compunha a base do governo, decidiu relatar o caso ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo o parlamento, Bolsonaro demonstrou conhecimento das pressões em favor da Covaxin e atribui a responsabilidade do esquema ao deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara.
Ponto Poder do Diário do Nordeste