Bebê nasce com anticorpos contra Covid-19 em Acopiara, no interior do Ceará - Revista Camocim

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sexta-feira, 23 de julho de 2021

Bebê nasce com anticorpos contra Covid-19 em Acopiara, no interior do Ceará

 


A enfermeira Gleise Carvalho, 38 anos, vivenciou duas grandes emoções neste ano: o nascimento da filha Marília Carvalho e, dias depois, a confirmação de que a bebê veio ao mundo com anticorpos contra a Covid-19. O parto ocorreu em Acopiara, município da região centro-sul do Ceará, a 350 km de Fortaleza.


Marília nasceu no dia 8 de junho, e o resultado de que ela tem os anticopos foi confirmado após a realização do exame sorológico para a detecção do vírus, quando a recém-nascida estava com um mês de vida.


“Eu fiquei com o coração um pouquinho mais tranquilo, né? Olhar pro rostinho dela e saber que ela também nasceu saudável, sem nenhum problema”, revelou Gleise Carvalho, em entrevista, ao dizer que o alívio veio imediatamente com o resultado.


É uma satisfação muito grande. Num momento de tanta incerteza que nós vivemos, minha filha hoje tá bem e tá com anticorpos"

GLEISE CARVALHO

Enfermeira


Gleise ressalta também que, apesar da imunidade, os cuidados de prevenção viral vão continuar na família, “porque a gente também não sabe até quando vão ficar os anticorpos ou se pode ficar permanente, né?”.


MOMENTOS DE ANSIEDADE

A enfermeira atuava na linha de frente do Hospital Municipal de Acopiara quando, em outubro, descobriu que havia adquirido o coronavírus. Dois dias depois, a gravidez também foi constatada.


“Foi um período de muita ansiedade, de muita tristeza por estar [contaminada], com muitas pessoas morrendo e por eu estar gestante, eram momentos de incerteza… a gente não sabia como é que o vírus era passado pro feto, como é que isso ia agir com o bebê, se ela ia ficar com alguma sequela, se ia ter alguma má formação”, comenta a mãe.


Carvalho relata ainda que, após indicação médica, ela tomou duas doses da vacina CoronaVac, completando o esquema vacinal em março. “Por eu ter já tido a Covid-19, ter tomado a vacina e por eu estar amamentando, ela podia desenvolver anticorpos e, na verdade, eu não sei qual foi que realmente produziu, o que fez com que ela tivesse. Ou se foram os três juntos, né?”.


De acordo com o médico infectologista pediátrico Robério Leite, provavelmente as três circunstâncias propiciaram o aparecimento dos anticorpos. Além disso, “para quem teve o coronavírus e recebeu a vacina depois, que é o caso dela, a produção de anticorpos tende a ser bem mais robusta”.


O especialista ressalta que é natural os anticorpos da mãe atravessarem a placenta e ficarem no sangue do bebê durante um período. “Daí a importância da estratégia de vacinar as gestantes, tanto em benefício próprio como também de permitir uma transferência de anticorpos pro bebê no momento que ele é mais vulnerável”.


TEMPO INCERTO


Robério explica que ainda não é possível dizer quanto tempo essa imunização irá durar para o bebê, “é preciso que haja pesquisas para determinar isso, porque é algo variável conforme cada doença, vai depender da carga de anticorpos que passou e do tipo de infecção”.


“No sarampo, por exemplo, em média esses anticorpos podem durar até 12 meses de vida. Por isso, a vacina do sarampo só é feita aos doze meses de idade. Já os anticorpos pra hepatite C, pro HIV, os anticorpos maternos permanecem no bebê até os 18 meses de idade”, detalha o médico.


PROTEÇÃO PARCIAL


Além disso, Leite destaca que a presença de anticorpos não significa que os recém-nascidos estão totalmente protegidos, “pode acrescentar alguma proteção, mas não se pode dizer que é uma proteção total”.


A gente não sabe se essa quantidade de anticorpos que é passada é suficiente pra impedir que o bebê se infecte, mas pode ser que atenue a infecção"

ROBÉRIO LEITE

Infectologista infantil


É necessário, assim, que as pessoas continuem seguindo as medidas de prevenção viral: realizando o distanciamento adequado, usando máscaras de proteção seguras e higienizando as mãos e superfícies, principalmente no caso de haver bebês em casa, visto que eles são um grupo de risco pediátrico para complicações da covid-19.


Diário do Nordeste