Por que são bem-aventurados os pobres de espírito? - Revista Camocim

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sexta-feira, 21 de maio de 2021

Por que são bem-aventurados os pobres de espírito?




Por Paulo Emanuel Lopes*


O Sermão do Monte, conjunto de ensinamentos que Jesus teria repassado há cerca de 2 mil anos a milhares de seguidores na Israel histórica (longe de ser esse país atual, que com violência e terror psicológico, expulsa moradores milenares daquela região chamada Palestina), é uma das passagens mais bonitas de Sua história que chegou até nós. Nestas palavras, se realiza outra passagem Sua que ficou famosa: “Os últimos serão os primeiros.”


Mas hoje não pretendo fazer uma análise do Sermão em si. O texto desta sexta foca apenas na primeira bem-aventurança, que pode ser lida em Mateus, capítulo 5, versículo 3: bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.


O que Jesus quis dizer como “pobres de espírito”? E como algo que é “pobre”, ou seja que há falta, que é limitado, pode estar associado à infinitude de Deus? (Aliás, esse ponto de vista é contrário à “Teologia da Prosperidade”, que prega que estar próximo a Deus é sinônimo de riquezas materiais.)


Primeiro, precisamos entender que grande parte da população vive sem imaginar que um dia irá morrer. É comum vermos pessoas se aproximando de sua espiritualidade em momentos de doença ou morte de pessoas próximas, quando só então passam a refletir sobre temas como: existe vida após a morte? Existe um Deus, como as religiões advogam? Ter uma vida pautada na retidão, na verdade, na misericórdia traz benefícios ao pós-morte?


Quando a pessoa para pra pensar que essa fração minúscula de tempo que vivemos, chamada Vida, é insignificante diante do tempo de existência do universo (que conhecemos); ou se apercebe como o planeta Terra não passa de poeira cósmica insignificante para o tamanho do Universo (que conhecemos); estuda fenômenos de “quase morte”, onde pessoas ficam inconscientes e voltam, tempos depois, contando tudo que aconteceu na própria cirurgia e encontros com anjos e parentes falecidos; começa a dar menos valor a questões humanas passageiras e sem significado.


Vejamos um exemplo prático: Jesus disse que não devemos perdoar sete, mas setenta vezes sete vezes “quando ele [meu irmão] pecar contra mim.” (Mt 18:21) Mas se você fica sabendo que sua vizinha tava falando mal de você… De sangue quente parece que o justo é você ir lá na casa dela tomar satisfação, saber “que história é essa”. Mas para Jesus, o justo é perdoar e deixar para lá.


Como uma ação dessas pode ser perdoada sem trazer consequências para o agressor? O que pensa uma pessoa que consegue deixar para lá uma ofensa e perdoar de coração?


A resposta está na infinitude do tempo e do espaço… Naquele momento, a ofensa pode parecer algo muito grande, extraordinário. Mas o fato é que, quando analisamos o acontecido diante do Todo Universal, é algo tão insignificante para a Obra de Deus que não faz nenhum sentido se estressar.


A lógica que vale para o perdoar, vale para a busca por riquezas materiais. Conheço pessoas que não trabalham para viver, mas vivem para trabalhar. Que não têm planos para além do lucro: não leem um livro, não cuidam de um jardim, não fazem caridade. São pessoas que, impossibilitadas de trabalhar, até entram em depressão porque toda a vida foi voltada para o trabalho e a acumulação, e não sabem fazer mais nada.


Quem percebe a finitude da Vida, em conjunto à infinitude do Tempo e do Espaço, não sofre pelo dinheiro. Trabalha e paga suas contas, mas não abusa. Vive uma vida regrada, sem exageros, sem apegos; faz doação e nunca destrata seus irmãos trabalhadores.


O homem de Deus dá a César apenas o que é de César. Ou seja, dá seu tempo, não sua vida.


*É Jornalista. Escreve para o Revista Camocim às sextas.