O Supremo Tribunal Federal (STF) julga, nesta quarta-feira (14), a decisão monocrática — proferida por um único magistrado — do ministro Luís Roberto Barroso que determinou a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado Federal. A investigação deve apurar ações e possíveis omissões do Governo Federal na condução da pandemia da Covid-19.
A expectativa é de que a sessão endosse, com ampla maioria, o parecer de Barroso, mas não deve se estender sobre os detalhes de como a comissão será composta ou como ela deverá funcionar.
A avaliação entre os outros ministros do STF indica que a determinação de Barroso, que obriga a instalação da CPI da Pandemia no Senado, não representa uma interferência do Judiciário no Legislativo, como afirmou o presidente Jair Bolsonaro.
Uma das principais preocupações em relação à instalação da investigação é a possibilidade de obrigar os senadores a participarem de reuniões presencialmente, em ambientes fechados. O ponto é alvo de resistência entre parlamentares, que temem que os encontros resultem em contaminações com o novo coronavírus entre o quórum.
É possível que os senadores aproveitem a brecha deixada pelo STF para adiar o funcionamento do colegiado apenas quando os trabalhos presenciais forem retomados na Casa.
Aliados do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmaram ao jornal O Globo que ele mantém o entendimento de que a CPI só deve funcionar presencialmente, principalmente porque o colegiado demanda depoimentos e diligências. Atualmente, a Casa legislativa trabalha de forma remota e não tem previsão de quando retomará as atividades normalmente.
Inicialmente, o julgamento estava marcado para a próxima sessão virtual do STF, que começa em 16 de abril e vai até o dia 26 do mesmo mês. Porém, foi antecipado para esta quarta-feira e fará com que definição sobre a CPI da Covid seja tomada no plenário físico, onde os ministros votam um em seguida do outro.
Segundo nota do Supremo, o caso da CPI da Covid será o primeiro item da pauta da quarta-feira.
AUTORIZAÇÃO DA COMISSÃO
Rodrigo Pacheco iniciou, na tarde desta terça-feira (13) a leitura do requerimento de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. O parlamentar também decidiu ampliar o escopo das investigações da CPI para incluir também estados e municípios que receberam repasses da União.
Diário do Nordeste