Ao nosso amigo, professor Bebeto - Revista Camocim

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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Ao nosso amigo, professor Bebeto

 


Por Paulo Emanuel Lopes*


Camocim, 30 de abril de 2021. 


Segundo ano da pandemia.


Amigo, amanhã completa um mês do teu falecimento, e ainda dói. É que tua ida tão cedo nos deixou um vazio que, de tão grande, fica difícil até de respirar.


(O professor e biólogo Bebeto, ou Roberto Gomes da Silva, era filho do senhor João Libório e da dona Bete, pessoas de muita luz que construíram uma família linda. A sensação de falta de chão e tristeza foi maior ainda quando, poucos dias depois, soubemos que aquela família perdeu também sua progenitora. Que Deus esteja com vocês!!!)


Sinto falta dos nossos encontros para o café da tarde, e de te mandar áudio perguntando como as coisas estão. Não vai ter mais banho de mar nos fins de tarde, ou um gelado na sorveteria Santo Doce, de seus pais, na praia de Maceió. Quantas vezes cheguei lá e te encontrei todo molhado, vindo do mar, bronzeado de sol, aproveitando intervalo no horário de trabalho, no melhor local do mundo.


Ali, de frente para o mar, rodeado pela natureza, tu se encontrava: o amor pela Biologia estava no sangue. Quantas vezes a gente saiu e tu ficavas nos ensinando, explicando como Deus organizou o mundo. Teu Mestrado foi em Ecologia, mas a paixão estava no trabalho e em casa: amava os animais, tinha vários de estimação.


Nos aproximamos quando voltamos a morar em Camocim, devia ser 2016 ou começo de 2017, eu vim um pouco antes. Nos encontramos por acaso em uma gráfica que faz produtos de festa, e a alegria foi instantânea. Nos conhecíamos desde criança, afinal, eu estudei com sua irmã, Juliana, desde o Jardim de Infância. Mas com o reencontro, vivendo etapas parecidas da vida, evoluímos de meros conhecidos a grandes amigos.


Sinto falta de nossos papos intelectualizados, críticos e sensíveis. E como bom cearense, tu nos fazia rir muito! Na praia, em casa, na noite, no local de trabalho, tanto fazia. Onde a gente te encontrava, era sempre alegria.


Aliás, observe que o título que dei a esta carta não é “Ao MEU”, mas ao “NOSSO amigo”. Porque você era muito popular! Conhecia muita gente e era muito bem quisto na cidade. Ainda por cima, sendo Professor… Estar contigo em um restaurante, ou festa, era te ver cumprimentar metade e meia daquelas pessoas.


Amigo, tua partida prematura não foi perda irreparável apenas para família e amigos, mas para a sociedade como um todo. Tua ida desfalcou nossos corações, mas também o futuro da educação em nosso município. Tenho certeza de que a Secretaria de Educação escolheu um(a) profissional qualificado para assumir sua vaga. Que este(a) seja inspirado(a) pelo amor e dedicação que você tinha pela função!


(Bebeto foi professor por muitos anos de uma das melhores escolas particulares de Fortaleza. Amava seu trabalho, mas decidiu pedir demissão, deixar a capital e vir para Camocim, onde lecionou na Escola Profissionalizante - apostava em uma vida mais saudável, mas principalmente queria estar mais próximo da família. Servidor público municipal, concursado, trabalhava na formação dos professores.)


Tu sempre foi uma pessoa de luz, amigo. E para a luz, agora retornaste. Fica em paz, e olha daí de cima pela gente.


*É jornalista. Escreve para o Revista Camocim às sextas.