O cenário de juros baixos, mesmo diante de forte retração da atividade econômica e recuo de 15% do índice Ibovespa no ano, atraiu mais investidores à Bolsa de Valores, que registrou um avanço de 79,4% do número de cearenses cadastrados na plataforma entre janeiro a julho. O Estado iniciou o ano com 30,1 mil investidores e fechou julho com 54 mil.
Nesse período, o número de brasileiros cadastrados na Bolsa cresceu 68,2%, chegando a 2,8 milhões. Os investimentos dos cearenses em ações somavam R$ 3,76 bilhões, alta de 35,2% no ano.
Para Ricardo Coimbra, presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-CE), entre os fatores que podem estar contribuindo para o Ceará apresentar uma evolução acima da média nacional estão a chegada de grandes escritórios de investimentos no Estado e o aumento da presença de empresas cearenses no mercado de capitais. Ele destaca, no entanto, que esse movimento vem sendo impulsionado pela queda da taxa básica de juros (Selic), à qual são atrelados os rendimentos de aplicações em renda fixa.
"O Ceará é um Estado onde sempre há muita divulgação do mercado de capitais, temos também muitas pessoas de renda mais elevada que estão se desiludindo com a renda fixa e direcionando recursos para a renda variável. Isso é fruto de um conjunto de fatores. O que nós vemos é que a cada dia temos novas pessoas entrando no mercado de renda variável, tentando aprender mais sobre o mercado financeiro", diz Coimbra.
Desde julho de 2019, quando estava em 6,5% ao ano, a Selic sofreu sucessivos cortes até chegar ao menor patamar histórico, de 2% ao ano, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em 5 de agosto. "A Selic em patamar baixo deixa a renda fixa menos interessante, gerando uma nova perspectiva para os produtos vinculados à Bolsa", aponta.
Informações do Diário do Nordeste.