O professor queniano Peter Tabichi, que dá aulas para crianças de uma remota aldeia do Quênia, ganhou o prestigiado Global Teacher Prize, o principal prêmio de reconhecimento dos profissionais da educação do planeta.
A cerimônia foi realizada no abastado Atlantis Hotel, em Dubai, nos Emirados Árabes, sendo apresentada pelo ator Hugh Jackman.
Peter foi reconhecido pelo seu trabalho à frente de uma escola precariamente mantida pelo governo, com apenas um computador e acesso à internet de baixíssima velocidade. Ele ganhou US$ 1 milhão, dos quais 80% serão doados para comunidades carentes do seu país natal.
Durante o evento, ele disse que o lugar mais distante para o qual havia viajado foi Uganda, uma nação próxima do Quênia, num trajeto feito de ônibus e que Dubai marcou sua primeira vez em um avião.
“Eu me sinto ótimo. Eu não posso acreditar. Eu me sinto muito feliz por estar entre os melhores professores do mundo, sendo o melhor do mundo”, disse o docente após faturar o prêmio.
Peter é professor de ciências para estudantes do ensino médio da aldeia Pwani, localizada no coração da região semi-árida do Quênia. Por lá, quase um terço das crianças são órfãs e têm apenas um dos pais. A seca, a fome e a miséria se fazem bastante presentes.
Leia também: Paraense recebe prêmio de melhor professora do Brasil
A escola onde ele trabalha não tem biblioteca, tampouco laboratório. No entanto, Peter planeja usar o milhão de dólares ganho em sua vitória para melhorar a infraestrutura da instituição e alimentar os pobres.
Apesar de todas as dificuldades e obstáculos que os alunos de Peter Tabichi enfrentam, com a ajuda e conselhos do professor, eles perseveram na escola em busca do diploma, se qualificam para competições internacionais de ciência e engenharia e muitos que já se formaram no ensino médio conseguiram entrar na faculdade.
“Sempre que eu reflito sobre os desafios que eles enfrentam, eu derramo lágrimas”, disse o educador sobre seus alunos, complementando que a sua conquista o inspirará a ter mais confiança em si mesmos.
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, disse em um comunicado à imprensa que “a história de Tabichi é a história da África e esperança para as gerações futuras”.
Como frade franciscano, adepto da irmandade católica romana, Tabichi usava a tradicional túnica marrom em contraste com a Kandura branca, vestimenta típica dos homens muçulmanos a que usava o príncipe herdeiro de Dubai, Sheikh Hamdan bin Mohammed bin Rashid Al Maktoum.