As mais justas e merecidas indicações ao titulo de cidadania camocinense, a meu ver, foram as dos senhores: Ubiratam, Frei Deusimar e Edmar Gonçalves.
O Ubiratam, durante décadas, foi o principal responsável pela "discografia da cidade", ajudando a manter a trilha sonora de muitos lares camocinenses, e isso sem falar do seu investimento no esporte e na música, quando manteve, com recursos próprios, um equipe de futsal e um grupo de pagode.
O Edmar Gonçalves, artista plástico, cantor e compositor, na boa medida, num bom tempo, injetou arte nas veias de Camocim, ensinando a muita gente os valores subjetivos do universo artístico expostos nas telas e nos palcos. Ele foi um das figuras brilhantes e entusiasmadas dos saudosos festivais de músicas de Camocim.
O Frei Deusimar, pároco da Paróquia São Francisco, desempenha trabalho de evangelização nas áreas mais vulneráveis do município. - Ressalvo: Considero que o catolicismo tem dado algumas "fraquejadas". Mas, no geral, acredito que é um instrumento que ainda preserva a capacidade de ajudar a sociedade a superar crises existenciais mediante a fé. Tenho inúmeras rejeições aos fundamentalismos alimentados na religião, mas minha impressão particular, neste caso, não se sobrepõe aos valores de um sacerdote que ainda pode fazer muito mais pela cidade.
Então, as artes e os esportes e as religiões serão sempre valores imensuráveis na constituição da identidade de qualquer cidade, pois ajuda a construir, dentre outras coisas, senso critico e novas visões de um mundo melhor. Isso sim é relevante!
Agora vamos pra parte mais polêmica do assunto:
Não tenho problemas com nenhuma das demais pessoas que irão ser agraciados com o titulo de cidadania camocinense. São pessoas do bem e honradas, no entanto, o critério para receber tal honraria não deveria ser apenas esses, mas sim a grandeza de um trabalho relevante em prol da população. E nem sempre quem é do bem e honrado, a meu ver, com todo o respeito do mundo, tem "grandes e relevantes" serviços prestados ao coletivo maior, como é o caso de muitos dos que tiveram seus nomes aprovados pela Câmara na semana passada.
São pessoa que merecem todo o respeito dos camocinense, porém, o êxito em seus projetos particulares, obstante a retórica, nem sempre servem para engrandecer o coletivo maior. Em alguns casos, são sucessos restritos ao universo particular dos mesmos, estendido apenas a um pequeno grupo que transita e que se beneficia melhor nestas respectivas relações.
"Tá, Carlos Jardel, mas eu não concordo com você!" Bom, ocorre que não estou pedindo para você concordar. Não estou pedindo sua opinião sobre a minha, muito embora essa venha gratuita e até mesmo esdrúxula, sem o intuito de um debate saudável e construtivo. Estou apenas expondo um ponto de vista alicerçada no entendimento que temos sobre o que é, de fato, relevante para o engrandecimento de nossa coletividade. E nem sempre tudo o que se coloca pro coletivo, recheado de uma boa retórica, é tão relevante ao ponto de merecer grandioso reconhecimento público.
E tratando-se das indicações dos nossos vereadores, o caso pode ser mais complicado ainda. Pois há tempos a conexão que eles estabelecem com o mundo real, dos simples mortais, está deixando a desejar.
Clique na imagem abaixo para visualizar a relação dos futuros cidadãos camocinenses.
Carlos Jardel