Não existe justificativa plausível para os vereadores da bancada do governo barrarem a transmissão das sessões via rádio. Pior ainda foi dizer que o motivo seria falta de dinheiro no legislativo! A questão é outra! E não tem nada haver com falta de dinheiro nos cofres do legislativo. E mesmo que fosse este o empecilho, a tábua de salvação seria a influência que a prefeita Monica e o deputado Sérgio Aguiar exercem sobre a tal emissora. Bastaria um simples aceno dos dois e, pronto! Problema resolvido!
Vale ressaltar que a influência da prefeita e do deputado é forte, ao ponto de determinar quem pode e quem não pode trabalhar na emissora (isso trataremos noutra postagem).
O que vem ao caso é: se a prefeita e o deputado tem força para tanto, então por que não haveria de ter para liberar ou baratear o preço das transmissões das sessões da Câmara ?
Bom, eis a questão: não é do interesse dos dois que as sessões sejam transmitidas via rádio!
O problema não foi a falta de dinheiro, como alegou a bancada de situação. O problema deve ter sido falta de honestidade para com a população!
Aliás, esta ideia de transmissão das sessões, inciada pelo ex-presidente, o vereador, Emanoel Vieira, nunca foi do agrado da prefeita e nem do deputado. E por que? Por que deu força a voz dos vereadores da bancada de oposição, que, destemidamente, denunciaram os descompassos da administração pública municipal, provocando um verdadeiro estrago da imagem politica da gestora da cidade. E neste mandato, para eles (edis de situação) continuar com as transmissões seria o suicídio da politicagem.
Neste senso, a transmissão das sessões representaria um perigo a mais para o governo municipal, tendo em vista que o poder de fala da oposição ganhou reforço com o vereador Marcos Coelho, que é conhecedor profundo do Regimento Interno da Câmara, da Lei Orgânica do Município e da liturgia na qual se desenvolve as ações do Parlamento Municipal e do Executivo. Algo que lhe confere capacidade a mais de fiscalização. Sem falar na sua natural eloquência, na facilidade de desvelar, de traduzir os fatos , explicitando-os e colocando-os na via de acesso da opinião pública.
Além do vereador Marcos Coelho, que sozinho faria um estrago grande na “farra da administração”, a bancada de oposição conta ainda com os dois vereadores mais experientes do parlamento Municipal: Juliano Cruz e Ricardo Vasconcelos, ambos foram presidentes do legislativo, tiveram a oportunidade de legislar na condição de situação e oposição e que na legislatura passada foram os principais protagonistas da bancada oposicionista, denunciando os desmandos administrativos da gestão municipal e cobrando devidamente a responsabilidade da gestora. Nesta versão, recentemente iniciada, eles já sinalizaram que irão manter o ritmo na construção de um legislativo transparente próximo do povo.
A bancada de oposição também conta com o vereador Erasmo, que gosta de interagir com a população e mostra habilidade nas cobranças. Seria ele, também, para os vereadores aliados da prefeita, outra ameaça que precisaria ter sua fala com pouco alcance, distante da frequência modular da emissora de rádio.
Já os defensores da prefeita não são dotados de habilidades suficiente para advogar em defesa da administração. São fracos e superficiais. E, circunstancialmente, a função de bajular não serve. Pior ainda a fala analfabeta de alguns membros da bancada.
- Não é uma tarefa fácil defender o indefensável! E quando se é palerma, se torna algo impossível!
A transmissão das sessões via rádio, beneficia e fortalece a oposição, enquanto que a bancada de situação se enfraquece ainda mais, fazendo com que o governo, naturalmente, seja colocado em questionamento popular, podendo sofrer a qualquer momento um golpe certeiro na sua imagem.
Os meios de comunicação na internet tem um longo alcance e uma inquestionável força. Porém, o rádio continua sendo o meio de comunicação mais utilizado pela população, sobre tudo nas regiões em que a tecnologia ainda não conseguiu levar o mundo virtual.
Neste caso, barrar a transmissão é uma maneira eficiente de esconder o que há de pior na gestão pública municipal e no legislativo. É um retrocesso que agride o principio da transparência pública, que distancia ainda mais o cidadão do seu direito constitucional de se apoderar das informações do cotidiano de cada vereador e vereadora e assim fortalecer sua opinião, oferecendo juízo de valor sobre o legislativo no consequente aperfeiçoamento da democracia brasileira.
Só a titulo de informação, o vereador Zezinho da rádio, da bancada de situação, foi o único que votou a favor das transmissões via rádio.
Carlos Jardel