PREFEITA DIZ QUE TEM DEUS NO CORAÇÃO, MUITA FÉ, DETERMINAÇÃO E UM CORAÇÃO ACOLHEDOR. - Revista Camocim

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

PREFEITA DIZ QUE TEM DEUS NO CORAÇÃO, MUITA FÉ, DETERMINAÇÃO E UM CORAÇÃO ACOLHEDOR.

O deus da prefeita deve ser diferente do Deus dos aprovados do concurso público.

As declarações da prefeita Monica Aguiar foram feitas na última segunda-feira, dia 05, na tribuna da Câmara de vereadores de Camocim, na ocasião em que fora convidada pela presidência do legislativo para participar da abertura dos trabalhos de plenário dos edis neste ano. A prefeita iniciou seu discurso falando das dificuldades que supostamente teria enfrentado quando assumiu a prefeitura em 2013, e que se não fosse pelo fato dela ter Deus no coração, muita fé e muita determinação, talvez a história não fosse essa que estamos vivenciando neste momento". E conforme Ela, a situação da cidade no momento é muito boa. 

A chefe do executivo também disse que governa "cuidando das pessoas com o seu coração imenso, capaz de sempre receber mais e mais amigos". 

O que dizer? 

Que a prefeita se autorrefenciou. Prestou um culto a si mesmo. Sentiu a necessidade de explicitar o narcisismo. A atitude também lembrou do comportamento dos reis do Egito, que se intitulavam deuses, de palavra inquestionável, soberanos...

Não é que duvidamos da fé que a chefe do executivo possa ter em deus. Não é que duvidemos do coração acolhedor que ela diz ter. Não é nada disso. A questão é de não acreditar que ela governe a cidade utilizando esta fé e este coração bondoso. Pois os fatos apontam para pensarmos que ao entrar na prefeitura, nossa chefe, deixa estes elementos de fé estacionados na calçada  esperando que ela termine o expediente, ou então que o deus dela deve ser outro.

Pensando assim, imagino que muitos aprovados do concurso público e outro tanto de servidores com salários defasados e mais vários camocinenses jogados à triste sorte, padecendo nas filas dos postos, sem médicos e medicamentos, rezam com fé,  diariamente, para Deus, pedindo que a prefeita se sensibilize com seus sofrimentos e faça algo para reduzir tamanha angústia.

Então, pergunto: o deus da prefeita é o mesmo dos aprovados do concurso público, de pais e mães de famílias desempregados e pobres, que estão sendo humilhados devido ao coração bondoso da prefeita, que luta contra os mesmos nos tribunais de justiça, negando-lhes o direito de trabalho digno e honesto?

É de se perguntar: qual é o deus da prefeita e o dos desempregados e dos servidores mal tratados neste "vale de lagrimas"? 

Ou será que Deus-  de letra maiúscula - se ocupou tão somente em atender a senhora prefeita? Será que a gestora tem mais privilégios divinos pelo fato de ocupar lugar privilegiado na sociedade? 

Definitivamente, eu não acredito neste deus que a prefeita utiliza para governar a cidade. E acho bem provável que muitos camocinenses também não. 

Se a senhora prefeita, na última segunda-feira, tentou interpretar o modelo de reinado instalado nas primeiras versões de Israel, em que, de fato, os gestores cuidavam da vida da população orientados pelos princípios da fé em Javé, aqui, ela passou bem longe.

- Na dúvida, escrevi o deus da prefeita com letra minúscula. 

Carlos Jardel