DISCURSO DE MARCOS COELHO: DIPLOMAÇÃO OU DIPLOMACIA? - Revista Camocim

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

DISCURSO DE MARCOS COELHO: DIPLOMAÇÃO OU DIPLOMACIA?


A Solenidade de diplomação, dos eleitos em Camocim, ocorrida segunda (19), foi encerrada com as falas do Vereador mais votado de Camocim, Marcos Coelho (PSDB) e da Prefeita Monica Aguiar (PDT). O discurso de Mônica foi recheado de frases de efeito, pregando a união dos Camocinenses, mas sem qualquer sinceridade. Era visível a falta de naturalidade em suas palavras; tudo muito artificial. Já a fala de Marcos Coelho pode ser classificada como histórica. Ele que fala bem de improviso, fez questão de levar um discurso escrito, o que significa que desejava não esquecer nada que considerasse importante registrar. E assim foi feito. Marcos Coelho foi educado com todos que compuseram a mesa das autoridades, inclusive com seu maior adversário, para não dizer inimigo politico, Dep. Sergio Aguiar. E mesmo quando Marcos Coelho apresentou severas críticas a Prefeita e a Presidente da Câmara, pela falta de participação popular nas discussões sobre os projetos de lei que trazem abusivos aumentos nas cobranças dos serviços públicos como IPTU, taxas de água e esgoto, e por último, de iluminação pública, o fez com muita elegância. Mas o gesto mais diplomático do Vereador eleito Marcos Coelho, foi fazer questão de saudar os Vereadores eleitos da situação, na pessoa de Kleber Veras e os Vereadores eleitos pela oposição, na figura do ex-presidente da Câmara Juliano Cruz. 

E tudo  na política tem uma simbologia. 

Por que Marcos Coelho referenciou exatamente os nomes de Kleber Veras e de Juliano Cruz? 

Os Vereadores diplomados kleber e Marcos são leais seguidores de lideranças políticas diferentes: Marcos segue Chico Vaulino e Kleber segue Sergio Aguiar. Entretanto, os dois Vereadores adversários mantém um diálogo saudável, e Marcos Coelho, reconhece em Kleber Veras sua disposição para o bom senso , sem fazer política de forma mais radical. Aliás, o diálogo, é dever dos democratas, especialmente daqueles que vão compor um Parlamento, onde as diferenças são comuns.

E Juliano Cruz, por que mereceu, de Marcos Coelho, a referência como representante da oposição? 

Quem conhece um pouco da história recente da política de Camocim sabe que Marcos Coelho, seu primo, foi o colaborador maior de Juliano Cruz, em suas suas primeiras disputas políticas, fato, inclusive, reconhecido pelo próprio Juliano. 

Entretanto, os dois romperam em 2012, quando Juliano desfiliou-se do PSDB, Partido presidido por Marcos Coelho, e juntamente com Manoel Vieira e Mastro se filiaram ao PSD. De lá pra cá não mais se falaram, embora ambos tenham permanecido no mesmo grupo do ex-prefeito Chico Vaulino. Dai a importância da citação do nome do Vereador Juliano, durante a diplomação, pelo Vereador Marcos. E ninguém é infantil para não entender esta sinalização. 

Marcos Coelho, inteligente, já percebeu que os eleitores oposicionistas querem o grupo unido na Câmara, combatendo os desmandos da Prefeita Mônica, e sinalizou a paz. Seu gesto generoso e diplomático tem rendido a ele, Marcos, o reconhecimento popular, pois demonstra ter superado divergências pessoais em nome da união do grupo de oposição. E fica, logicamente, em uma situação extremamente confortável com o povo e especialmente com seus eleitores. Já o Vereador Juliano Cruz, que é experiente, vai para seu 5° mandato, sabe que responder um pedido de paz com uma declaração de guerra, o colocará como desagregador, ariscando perder capital político, quando poderia era acrescentar. A união dos 5 Vereadores é a melhor saída para fortalecer todos eles. "Casa dividida não próspera", nos ensina a Bíblia. 

Carlos Jardel