
O documento, fruto dos debates internos pós-afastamento provisório da presidente Dilma, não veta alianças com legendas que votaram a favor do afastamento da petista, como o PMDB - protagonista nesse processo.
Petistas decidiram não impedir alianças com partidos, mas fizeram restrição a nomes. "Existe a orientação de construir um arco de aliança com setores que estiveram conosco (na votação do impeachment). Não haverá veto para os partidos porque vamos tratar de lideranças", pontuou o presidente estadual do PT no Ceará, Francisco de Assis Diniz.
A decisão pode criar obstáculos para uma possível aliança entre o PT e o PMDB de Eunício Oliveira em uma provável disputa de segundo turno em Fortaleza, casos ambas as legendas tenham candidato. Um dos artífices do impeachment no Senado, Eunício comanda o PMDB no Estado, e pode haver entraves em razão do novo momento político do partido.
Um dos nomes cotados para disputar a Prefeitura de Fortaleza pelo PT, a deputada federal Luizianne Lins sempre manteve bom relacionamento com o senador peemedebista até o afastamento de Dilma.
O encontro nacional do PT produziu dois documentos que analisam a conjuntura política a partir do governo interino de Michel Temer e das eleições de 2016.
“Dado o conjunto de compromissos defendidos pelo PT ao longo de suas administrações públicas, é indispensável o esforço de diálogo com os partidos do campo democrático-popular e estendê-lo, caso a caso, a setores e partidos que, mesmo fora deste espectro, defendam conosco pontos programáticos para as eleições municipais”, afirma um dos documentos.
O texto, que fala em “equívocos” do partido, destaca, por exemplo, que os petistas relegaram “tarefas fundamentais como a reforma política, a reforma tributária progressiva e a democratização dos meios de comunicação”.
O documento cita ainda a Operação Lava Jato por ter desempenhado “papel crucial na escalada golpista. Alicerçada sobre justo sentimento anticorrupção do povo brasileiro, configurou-se paulatinamente em instrumento político para a guerra de desgaste contra dirigentes e governantes petistas. (com agências)
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A cúpula do PT também afirma que não reconhecerá o governo interino de Michel Temer, que, para os petistas, é "ilegítimo" e vai "impedir a retirada de direitos conquistados", "inviabilizando o governo".
Uma das decisões do encontro foi a intenção da presidente afastada de realizar viagens ao Nordeste para fazer o debate político sobre o impeachment No entanto, não há data para o início das viagens, nem o roteiro determinado.