MAD MAX ESTRADA DA FÚRIA – SERIA ESSE NOSSO FUTURO? - Revista Camocim

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segunda-feira, 4 de abril de 2016

MAD MAX ESTRADA DA FÚRIA – SERIA ESSE NOSSO FUTURO?

Quem me conhece sabe que gosto muito de filmes. Desde minha infância lembro que gostava de ficar a tarde vendo os clássicos do “Cinema em Casa” ou da “Sessão da Tarde”. Então, a idade foi chegando e o apelo por filmes idem. Assim, fui aprendendo a apreciar a sétima arte. Atualmente mesmo estando sem tanto tempo para ver filmes, me esforcei e revi um filme que já tenho como um dos melhores que já vi: Mad Max Estrada da Fúria.

Resumidamente o filme se explica por sua ação e aventura. Max (Tom Hardy) fugindo e a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) também fugindo. No entanto, o filme todo se torna uma grande parábola do futuro que talvez nos espere e nem esteja tão longínquo assim: a disputa pela sobrevivência e liberdade tendo como ideal principal o arquétipo da mãe, no filme simbolizado pela Imperatriz Furiosa, aquela que caminha para o futuro ser diferente do presente e percebe que jamais será como foi no passado. O filho varão que nasce morto para aquele mundo sem perspectiva. A adaptação de todos para a nova realidade ameaçadora.

A fuga de Imperatriz Furiosa do mundo criado e estabelecido por Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne) é a premissa mais forte do filme; mas ela não foge sozinha ela leva o maior tesouro dele: mulheres capazes de dar vida; ou seja, a vida precisa fugir do tirano. É quando em contrapartida há o encontro com o também fugitivo Max, contudo esse foge de si mesmo em busca de outra vida. 

Vidas que fogem da atual realidade. Isso é extremamente atual. O diretor George Miller nos dá um mundo apocalíptico e totalmente crível. A atual realidade nos impõe um futuro assim? Estamos beirando aquele caos onde gostar de água é considerado vício? 
O “dono da vida” é Immortan Joe (Joe imortal), mostrado logo no começo é aquele que diz o que cada um precisa. Seria muito diferente da realidade no qual se vive atualmente em nosso país? No Brasil, quem se acha no direito de fazer isso?

É melhor ir à “estrada da fúria” sabendo dos perigos de morte que ela nos apresenta ao invés de ficar na expectativa para chegar à Valhalla (paraíso segundo o filme) após uma morte heroica ao lutar para manter a tirania de uma ditadura que inebria e cega quem se deixa levar pela falácia de que a elite sabe o que o povo quer. Afinal, porque Max é preso no início do filme? Sutilmente na cena seguinte ele é chamado de “vida completa”, seria esse o fato de ele ter uma vida completa que o faz ser perseguido?

Ter uma vida completa nos torna seres a serem perseguidos. Os tiranos que tem vidas incompletas não suportam a ideia de plenitude que há em outros e não neles; plenitude é autônoma de dinheiro ou posição social. O povo simples e que luta pelas gotas de água é se deixa acreditar que são outros que tem nas mãos o poder sobre eles. Contudo, os mais poderosos são aqueles que não se sujeitam as míseras gotas de água dadas como se fosse presente.

A Imperatriz Furiosa deve ser proposital vai para a estrada da fúria. Uma tranquila analogia que para o encontro com a vida completa é necessário sair do comodismo. Ter essência que aos olhos dos outros seja furiosa e trilhar caminhos em estradas menos convencionais. 

Aquilo que tão duramente foi conquistado e hoje nos foi dado parecendo “de mão beijada”, jamais deve ser colocado nas mãos daqueles que não querem a vida completa da população. Nossa liberdade não tem preço. Que nossa fúria seja realmente utilizada como motor para lutarmos contra aqueles que se acham no direito de dizer o que devemos fazer. Nossa autonomia é maior que isso.

Júnior Santiago é camocinense, Graduado em filosofia chancelado pela UFG e atualmente faz teologia na PUC Minas Gerais. Congregação São Pedro Ad Víncula