
O resultado do estudo demonstra que a violência tem avançado
nas cidades de pequeno porte no País. As dez primeiras posições no ranking
nacional são: Barcelos/AM (1º), Alexânia/GO (2º), Sooretama/ES (3º), Conde/PB
(4º), Senador Pompeu/CE (5º), Buritizeiro/MG (6º), Mata de São João/BA (7º),
Pilar/AL (8º), Pojuca/BA (9º) e Itacaré/BA (10º).
A secretária de Políticas para as Mulheres do Ministério das
Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Eleonora Menicucci, disse
que implantar a Lei Maria da Penha em todos os municípios é um desafio, e que o
último balanço do Disque 180 apontou que a maior parte das denúncias é de
cidades entre 20 mil e 50 mil habitantes. “Falta uma capilaridade das ações de
enfrentamento à violência, das politicas públicas. E falta uma erradicação da
cultura da violência patriarcal e machista no nosso país”, disse.
Para a ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos
Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, os dados mostram uma lamentável articulação
entre desigualdade regional, de raça, socioeconômica e de gênero, e aponta para
uma sociedade que “ainda é patriarcal, racista e sexista”. Apesar disso, para
ela, os dados vão ajudar os governos a pensar e aprimorar políticas públicas, além
de serem trabalhados nas escolas e universidades e com os movimentos sociais.
Segundo o estudo, entre 2003 e 2013, o número de mulheres
assassinadas passou de 3.937 para 4.762, incremento de 21,0% na década. Entre
2006, ano da promulgação da Lei Maria da Penha, e 2013, apenas em cinco estados
registraram quedas nas taxas de homicídios de mulheres: Rondônia, Espírito
Santo, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro.
O Mapa da Violência apontou que, dos 4.762 homicídios de
mulheres registrados em 2013, 2.394, isso é, 50,3% do total foram cometidos por
um familiar da vítima. Já 1.583 dessas mulheres foram mortas pelo parceiro ou
ex-parceiro, o que representa 33,2% do total de homicídios femininos nesse ano.
Ceará Agora