![]() |
Foto:Helton Silva |
O presidente terá confundido o Altar com palanque político?!
Todos nós somos sabedores de que
a política tem os seus revezes e se apresenta como uma complexa rede de
relações de poder, o que nos impede de ser tão simplistas em qualquer análise
que façamos. Entretanto, alguns de nossos representantes se destacam e desafiam
até mesmo os parâmetros de normalidade, tornando-se um verdadeiro objeto de
estudo freudiano. As constantes variações de caráter e opção política, o
troca-troca de discursos e posicionamentos, constituem um típico transtorno
de personalidade, o que pitorescamente denominamos de “bipolaridade política”. E
é exatamente sobre este comportamento “fuleiragem”, que iremos nos deter nas
próximas linhas, tendo como centro das atenções, de forma bastante especial, o
presidente da Câmara Municipal, o vereador Emanoel Vieira – tão jovem, mas tão
confuso.
Num gesto claro de oportunismo
exacerbado, outro sintoma daquele transtorno já mencionado, acomunado com a
prefeita e deputado, o nobre vereador se utiliza da Festa de São
Francisco, uma das mais prestigiadas da
cidade, para fazer a sua politicagem costumeira. Aliás, nesse festejo, até
deputado se tornou milagrosamente devoto do santo italiano! Vejam o que
aconteceu! Em pleno festejo, no dia do município, 29 de setembro, Emanuel, o
jovem problemático, apresentou o projeto da prefeita, de doação do espaço na Praça
São Francisco para a construção de um palco permanente, a ser construído pela
Igreja. Obra interessante para a cidade, só não naquela ocasião e circunstância,
pela maneira em que foi anunciado, gerando polêmica entre os fieis que
assistiram indignados o espetáculo desnecessário de politicagem. O momento não
foi edificante, mas e sim alvo de fortes criticas.
Selecionamos algumas falas ditas
no fatídico momento:
“Isto é uma vergonha, uma falta
de respeito para com o santo”, esbravejou uma senhora colocando uma cadeira na
cabeça e se despedindo da celebração sem a bênção final.
“Um vereador deste não tem vergonha
na cara. Ele deu a alma ao Diabo e depois aparece todo santinho na frente do São
Francisco, fazendo politicagem”, disse um senhor de aproximadamente 50 anos, que
também se retirou da novena antes do final.
“ Muito me admira os padres
aceitarem um desrespeito deste, em pleno altar de Jesus e de são Francisco. Este
momento não é para se fazer campanha politica. Se desejava fazer a doação então
que fizesse isso de forma mais humilde, sem precisar deste espetáculo politiqueiro.
Isto é uma novena, e um altar, e não um palanque politico para se fazer ou
anunciar obras de políticos”, disse uma jovem aparentando bastante consciência politica
e religiosa.
Nos privamos de mencionar outras
frases de insultos que foram dirigidas ao vereador no momento em que ele se
pronunciava, por considerar imprópria para o momento, mas garantimos que ele só
não foi vaiado juntamente com o deputado e com a prefeita por pura consideração
ao santo.
Contudo, num gesto de caridade
cristã, não podemos julgar com muito rigor alguém que é acometido deste desvio
de personalidade, só pedir que São Francisco de Camocim o ajude a encontrar a
sanidade política por ele perdida e que o povo camocinense tenha mais sabedoria
na escolha de seus representantes.
Ainda sobre Emanoel
Quem não lembra de outros tempos,
o nobre parlamentar discursando de forma inflamada ao defender o projeto
político do ex-prefeito Francisco Maciel, Chico Vaulino, nos palanques em plena
campanha eleitoral?! Quem o escutava, não ousava duvidar de sua fidelidade
partidária, embora saibamos que hoje mais do que nunca essa categoria está em
desuso – a fidelidade. Enfim, Emanuel, acometido desta bipolaridade cheia de
conveniências e interesses, num gesto escancarado de pura traição aos
princípios políticos por ele defendidos, pouco tempo depois de eleito, apresentou-se
como “um vereador da situação”, fiel subalterno do deputado Sérgio Aguiar e de
sua esposa Mônica Aguiar, atual prefeita da cidade. Como explicar uma mudança
tão radical? Dizem os mais antigos que: “o que dinheiro e peia não resolver,
nada resolverá...” – não creio que neste caso a peia tenha sido a motivação.
São Francisco, rogai por nós!
Carlos Jardel