DO FACE TRUQUE AO INSTRAGANDO - Revista Camocim

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terça-feira, 13 de outubro de 2015

DO FACE TRUQUE AO INSTRAGANDO

Lembro que no longínquo ano de 2005 surgia (o hoje finado) “Orkut”; era o início das redes sociais em nossas vidas. Com muita empolgação recebi o convite de uma amiga para fazer um perfil naquele site. De lá pra cá muita coisa mudou, tanto para melhor quanto para pior. Hoje em dia parece inviável uma pessoa não ter seu perfil em alguma rede social.

Atualmente tudo parece passar pelas redes sociais. Seja algo sério ou banal, tenhamos a certeza que alguém postou ou postará isso quando não somos nós mesmos os pioneiros dessa ou daquela notícia. Isso inclusive já acontecera comigo quando fiz minha conta no “twitter” (mas não é esse o caso). O que pretendo dizer é que poucos são os imunes aos encantos da tecnologia ao alcance do wi fi mais próximo. Tornou-se sinal de amizade dar a senha do wi fi para alguém. Grande sinal de confiança nos dias de hoje. 

No entanto, não podemos esquecer que existem os perfis fakes que a cada dia se multiplicam nas redes sociais. Os motivos para criarem um perfil desses são inúmeros desde a simples curiosidade em bisbilhotar um perfil alheio, ou (literalmente) a criação de um personagem idealizado pelo nosso alter ego e até a mórbida sensação de anonimato. Casais recém-separados são provavelmente aqueles que mais sofrem e aproveitam esse tipo de sensação.

Honestamente não sei que habilidade tão grande é essa a de conseguir tempo, criatividade, paciência e disposição para lidar com um perfil fake na rede. Enfim, mas sabemos perfeitamente que existem as pessoas extremamente habilidosas com isso; e atrás de um anonimato ruim proliferam a sujeira virtual e desinformações que parecem verídicas, deixando-nos completamente desnorteados e sem saber no que acreditar.

Saindo do lado fake da vida. Vejo também com susto as pessoas que a cada passo que dão tiram fotos e postam (quando os dados móveis deixam) nas redes sociais e colocando legendas de “autoajuda”, “versículos bíblicos”, “indiretas”, “pensamentos do dia”, “piadas” etc. O mais incrível é o número de curtidas, a meta da foto anterior deve sempre ser superada, caso contrário à autoestima cai drasticamente; e enquanto a foto seguinte não for mais avassaladora ainda nada melhorará na falsa alegria divulgada. Sem mencionar os atuais “nudes” (Stenio Garcia que o diga).

Não nego que também de vez em quando faço algo parecido. Postar uma foto melhorzinha, daquele lado certo e fotogênico para poder agradar um pouco mais o público que tenho adicionado e conseguir curtidas ou comentários espirituosos me elogiando “gratuitamente”. Realmente faz muito bem para o ego esse tipo de coisa de vez em quando, porém me pergunto: até que ponto é importante esse tipo de aprovação?

É substancial para a vida buscar essas gotas de felicidade virtual? A internet realmente nos proporciona o mundo ao alcance das mãos, tudo de bom e de ruim; provavelmente esse é o primeiro meio de comunicação totalmente democrático. Contudo na hora de escolher dentro desse cardápio tão variado geralmente ficamos sempre observando os mesmo sites, as mesmas notícias, as mesmas poses nas fotos, os mesmo vídeos virais (“para nossa alegria”).

Lembro o início da popularização da internet quando era discada e me pergunto: Como é que eu tinha paciência para esperar? Com uma velocidade assustadora, nos vemos nessa realidade cada vez mais intensa, agitada, rápida, fugidia, superficial como a que temos nas mãos; filtrar com cuidado o cenário que temos diante dos olhos e dedos que digitam cada vez mais rápido e abreviado as palavras que antes tínhamos que acertar em um ditado na escola, porém agora “não há problema em errar a grafia”.

Hoje o truque está no ctrl+c, ctrl+v. Copiar e colar sem a preocupação daquilo que está sendo propagado ao mundo com as hastags populares é substancial ou não. No mais, sejamos felizes nos “trending tops” da vida. Desejo sempre muitas visualizações para nós todos. 

Júnior Santiago é camocinense, graduado em filosofia chancelado pela UFG e atualmente faz teologia na PUC Minas Gerais. Congregação São Pedro Ad Víncula.