O ruim é ter que acordar!
Antes de tudo, acho necessário refletir que eventos deste tipo não servem para identificar eleitores ou medir a população da prefeita, conforme querem e insinuam os vira-latas capachos de subalternos. Para estes fins, o servido tem sido as caminhadas durante as campanhas eleitorais e as festas de aniversários da prefeita e do deputado, que por sinal, os últimos, tem sido um verdadeiro fiasco de público. E só pra clarear o raciocínio: se quantidade de pessoas em shows realizados pela prefeitura fosse sinônimo de adesão politica, ela não teria sofrido, dois dias seguidos, um lindo show de vaias durante os festejos de aniversário da cidade, realizados na praça do Odus. Também, é mais do que sabido que shows gratuitos agregam massivamente gregos e troianos, eleitores de todos os lados políticos, que ocasionalmente se apresentam enquanto cidadãos que tem o direito de usufruir do que lhes é oferecido obrigatoriamente pela prefeita.
Por outro lado, não podemos negar que o evento realizado pela prefeitura atraiu uma multidão de crianças acompanhadas de seus pais - afinal de contas, crianças, conforme expressão popular, é fácil de enganar, até mesmo com uma bala doce, imagine com um mundo lúdico inteiramente ao seu dispor, gratuitamente, como parece ter sido o caso da festa de ontem
Bom, mas, o correto é afirmar que festejar a data comemorativa não é algo errado, pelo contrário, diante do padrão que a própria sociedade impõe acaba sendo algo legitimado. O problema consiste na manipulação do tom da festa, no uso da fantasia, quando atribuída para maquiar os reais problemas do cotidiano que atentam de morte contra a vida das crianças e também dos adultos, sobre tudo os empobrecidos e desprovidos de maior senso critico. Situação que nos leva a afirmar que a realização de um festa, neste porte, não sinaliza melhorias na qualidade de vida das pessoas, basta verificar as ruas esburacadas, equipamentos sucateados, o transporte irregular de crianças para as escolas, a qualidade da merenda escolar, a falta de médicos no Programa Saúde da Família, assim como a falta de medicamentos na farmácia pública, além da inoperância dos múltiplos órgãos de fiscalização dos direitos das crianças e das politicas públicas que se compreendem nesta intenção, como por exemplo o Conselho do FUNDEB, que faleceu logo que a prefeita assumiu o poder, sem falar do próprio Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, que foi incapaz de organizar decentemente as eleições para o Conselho Tutelar, principal órgão que atua na defesa e na tentativa de fazer que se cumpra as leis preconizadas no ECA.
Mas a festa teve seu mérito politico. Devemos reconhecer que a esquipe da prefeita se superou em mostrar um protótipo perfeito da administração "Agora é Ela", ao confeccionar a cidade do "faz de conta", com clássicos personagens de histórias infantis. Ou seja, na comparação mais real, podemos dizer que, até agora, a administração da prefeita viveu apenas na ilusão, fazendo de conta que a cidade dos sonhos realmente existe e que todo mundo vive muito bem.
Sonha, Alice!
Carlos Jardel
