
No dia 29 de agosto, sábado, pude testemunhar um desses encontros surpreendentes entre dois grandes homens que ao longo dos anos se destacam por seu exemplo e dedicação ao projeto de Jesus Cristo, cada um em seu próprio caminho vocacional. Não poderia deixar de compartilhar esse momento porque percebi claramente no olhar e na conversa de ambos a presença de Deus, a chama ardente de uma vocação genuína.
O relógio marcava 9:00h quando Francisco Valmir Rocha, Carlos Jardel e eu chegávamos a Sobral/CE, mais precisamente na Paróquia São João Batista, Centro de Treinamento do Sumaré – CENTRESUM. Lá, um sacerdote de baixa estatura, idade avançada e olhar atencioso nos aguardava pacientemente. Pe. João Batista Frota é um desses padres que sempre tive como referência em minha caminhada pastoral, um intelectual de mão cheia, poliglota e dotado de uma eclesiologia fascinante. Li duas de suas obras - “Marcos de Esperança e Construindo o Amanhã” - e me alegrei muito em ver o encontro daqueles dois amigos, meu pai e ele.
Enquanto expectador observava que a conversa fluía naturalmente, por entre lembranças da época de seminário, recordações de velhas amizades e o assunto mais importante, o itinerário para a publicação de um livro. Valmir Rocha havia trazido o seu primeiro projeto literário: “O Evangelho comentado para os dias de hoje – ANO B”. Era um calhamaço de anotações, impressões e observações que ele diligentemente entregava nas mãos de Pe. Frota para a sua apreciação e possíveis retificações.
Contudo, para além desse propósito literário, o que me prendeu a atenção foi a originalidade e profundidade desse encontro. A simplicidade e o amor sincero pela obra de Deus chamavam atenção, principalmente, quando nos deparávamos com alguns de seus relatos. Dentre eles, posso destacar aqui a experiência de Pe. Frota no Oriente Médio em uma comunidade judaica e os bastidores da vida seminarística de Valmir Rocha, sobretudo, na convivência com D. José Tupinambá, bispo de Sobral naquela época. Em cada sorriso e palavra, sobressaíam-se sutilmente a felicidade e aquela sensação de plena realização de quem escolheu o caminho certo na vida.
O testemunho de vida continua sendo a forma mais eficaz de anunciar Jesus Cristo. Que Deus em sua infinita sabedoria dê vida longa a esses dois servos e que suas palavras possam ser cada vez mais portadoras de encanto, poesia e ternura pelo legado de Jesus.
César Rocha