
A exemplo do que tem acontecido desde o início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), ontem foi mais um dia coDurante entrevista, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse aos jornalistas que “o mercado não se tranquiliza com palavras, e sim com ações” e não descartou o aumento de impostos.
“Se a gente tiver que pagar um pouquinho de imposto para o Brasil ser reconhecido no mundo inteiro como um País forte, eu tenho certeza que todo mundo vai querer fazer isso”.
O problema do governo, nesse caso, é a falta de apoio de deputados e senadores para medidas nesse sentido. O PMDB, fiel da balança nas duas Casas, tem dito que não apoia criação ou aumento de impostos. O discurso é um só: cortar na carne.
Para o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho, um degrau a menos no crédito do País simboliza uma “recessão ainda mais profunda”. O democrata avaliou o momento político e econômico do Planalto como “uma sentença de ingovernabilidade” da gestão petista.
No entanto, para o líder do governo, deputado José Guimarães, “o Brasil é um país emergente, é uma economia global e vai continuar recebendo investimentos externos” mesmo após o rebaixamento pela agência internacional.
Para o líder do Congresso, senador José Pimentel, os parlamentares têm contribuído com o governo no processo de recuperação da economia e a relação entre Executivo e Legislativo tem tudo para se manter cordial. “Na nossa leitura, o Congresso já deu prova que tem compromisso como quando aprovou o ajuste fiscal”.
Saídas para Dilma
De acordo com o cientista político da Universidade de Brasília, Ricardo Caldas, o governo já fez o que deveria ter feito, embora de forma tardia, que era “convidar uma pessoa para ser ministro da Fazenda que tem noção de mercado e que entende de economia”. Para o pesquisador, os efeitos da mudança não aparecem em curto prazo e que não há previsão de quando as mudanças aparecerão.
O deputado federal José Airton (PT) sugere que o governo intensifique o diálogo e afirmou que a saída nesse momento seria uma reforma ministerial para contemplar os partidos da base. “Há uma queixa constante de que existe uma dificuldade muito grande de interlocução com o governo”. A medida, para o petista, consolidaria uma base fiel à Dilma no Congresso. (colaborou Beatriz Cavalcante)
O Povo