O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), anunciou há pouco, oficialmente, que rompeu com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Cunha afirma que a acusação feita contra ele pelo lobista Julio Camargo, da Toyo Setal, tem o dedo do Planalto. "Governo quer me arrastar para a lama e isso eu não vou permitir", afirmou Cunha.
Na quinta-feira, 16, Julio Camargo afirmou em depoimento à Justiça que Eduardo Cunha teria pedido a ele R$5 milhões em propina. O pedido, referente a contratos de navios-sonda, teria sido passado por Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado pela Operação Lava Jato como o operador do PMDB dentro do escândalo da Petrobras.
Apesar do discurso, Cunha nega que haverá um fim da governabilidade. "O fato de eu estar rompido com o governo não vai afetar a relação institucional", declara. Entretanto, de acordo com o portal de revista Época, o contra-ataque pe iminente. A expectativa é que o agora oficialmente oposicionista instale duas CPIs com poder para constranger o Planalto: uma para investigar os fundos de pensão e outra para apurar desvios no BNDES. "Se Dilma e o governo me querem como inimigo, conseguiram. Não haverá mais trégua".
O Palácio do Planalto ainda não se pronunciou sobre o caso. De acordo com a coluna Radar, do portal da revista Veja, a ordem é ignorar as provocações de Cunha.
Fonte: O POVO.