A EUCARISTIA EM TRENTO E NO VATICANO II - Revista Camocim

quinta-feira, 4 de junho de 2015

A EUCARISTIA EM TRENTO E NO VATICANO II

 Hoje vive-se uma constante tensão entre o Concílio de Trento (Séc. XVI) e o Concílio Vaticano II (séc. XX). Para o primeiro, Eucaristia é, essencialmente, sacrifício.  O sacerdote é a pessoa mais importante porque é ele quem preside o rito. Já no Concílio Vaticano II, Eucaristia é refeição, onde todos são igualmente importantes, irmanados pela mesma dignidade batismal.

Comblin, teólogo e escritor, disse certa vez: "O Concílio Vaticano II aconteceu há 50 anos, mas para ele entrar na vida da Igreja demorará séculos".

A missa não tem caráter específico de adoração!! Ela é ceia, refeição, celebração comunitária onde todos se reúnem para viver a gratuidade do amor de Deus, numa grande ação de graças.

Prestes a celebrar a Festa de Corpus Christi, a única procissão eucarística do ano, convém refletir sobre a importância desse sacramento.

"A Igreja vive na eucaristia e através da Eucaristia”. A eucaristia é o conteúdo máximo da Igreja, seu centro fundamental. Todavia, ela não pode se resumir a uma simples devoção ou a uma adoração puramente emotiva, mas deve ser antes a grande motivação para agirmos e vivermos como Jesus Cristo de tal modo que quem nos veja possa dizer com segurança: "É Cristo que vive nele/a!"

Outro aspecto importante é que quando mencionamos "CORPO E SANGUE DE CRISTO", não devemos entender apenas o aspecto biológico, mas a pessoa inteira na sua condição de corporalidade. Trata-se da pessoa na sua totalidade revelada em sua forma visível e em comunicação com os outros.  Logo, participar da ceia eucarística é, sobretudo, um gesto de comunhão e de adesão plena à pessoa de Jesus Cristo e ao seu projeto salvífico.

Ao caminharmos pelas ruas de nossas comunidades e paróquias nesta quinta-feira, tenhamos presente que o Cristo eucarístico está presente hoje, não só sacramentalmente na hóstia consagrada, mas também em cada irmão e irmã destituído de sua dignidade, bem como nos gestos mais simples de partilha e amor

César Rocha
CNLB-Regional NI