
Conforme o Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará, o IJF lidera a lista de cinco hospitais e sete Unidades de Pronto Atendimento (UPA) com pacientes “internados” nos corredores. Ontem, do total de 429, 124 estavam no hospital especializado em traumato-ortopedia, 113 nas UPAs, 70 no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), 62 no Hospital de Messejana, 50 no Hospital Infantil Albert Sabin e 10 no Hospital São José. A direção do IJF informou que o total de pacientes nos corredores durante a manhã de ontem era de 105 e, às 15 horas, o número baixou para 69.
“Em 2013, eram 160 a 170 pacientes nos corredores”, comparou a superintendente adjunta do hospital, Joana Maciel. Ela reconheceu a superlotação, que se torna mais grave às segundas-feiras, intensificada pelos acidentes de trânsito. Joana explicou que o paciente atendido no chão “não deve ter sido trazido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e, na hora que chegou, a maca que deveria estar na sala de recuperação, onde acontecia o atendimento, não estava”. “O atendimento, na íntegra, não aconteceu daquele jeito”, garantiu.
Ainda de acordo com a superintendente adjunta, o Núcleo de Segurança do Paciente do IJF deverá identificar qual a falha ocorrida no processo e, apenas após o resultado de uma análise, será possível “tomar uma decisão”.
Demanda e riscos
A superlotação causa riscos. “Quando a demanda ultrapassa, tem dificuldade em todas as ordens, em toda a linha de cuidado”, disse Joana. Ela ressaltou que, ao longo da semana, há remanejamento de pacientes para leitos em outros hospitais. Cerca de 600 pacientes são transferidos do IJF para unidades de referência. “O que mais recebe é o PSA (Pronto-Socorro dos Acidentados), são uns 400 por mês”, disse. Programas de prevenção de acidentes também estão na lista de ações do IJF para diminuir a superlotação.
A Defensoria Pública Geral do Estado fará visitas ao HGF e IJF nesta semana. “Estão sendo noticiados os atendimentos nos corredores, a falta de material e uma questão inadequada de tratamento de resíduos. Isso pode afetar ainda mais a saúde dessas pessoas”, afirmou o supervisor do Núcleo de Direitos Humanos e Ações Coletivas do órgão, Aluísio Jácome.
O POVO