OPINIÃO SOBRE CID NO MEC - Revista Camocim

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

OPINIÃO SOBRE CID NO MEC

 Por Mário Roberto Lima, professor da rede pública Municipal de Ensino de Camocim, Assistente Social, acadêmico de Direito e filiado ao PT.

Não consigo esconder minha preocupação com a nomeação de Cid Gomes para o comando do Ministério da Educação. 

Por um lado, contam a favor do novo ministro empenhos relevantes, tais como: a mobilização em torno da alfabetização na idade certa e a implantação de escolas profissionalizantes.

Por outro lado, pesa, e com muito mais veemência a falta de uma postura equilibrada junto a categoria dos profissionais da educação, manifestada desastrosamente em fatos que, recentes ou não, são corriqueiramente lembrados pelo meio educacional, a saber:

- A briga judicial contra o piso salarial dos professores, através de Ação Direta de Inconstitucionalidade, movida junto ao STF, em 2011;

- As reações às greves dos professores da rede pública estadual, rendendo dissabores como as declarações "Professor deveria trabalhar por amor e não por dinheiro", e favorecendo cenas lamentáveis como a agressão física a professores que se manifestavam na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará; e

- O pouco empenho frente à greve das Universidades Públicas Estaduais, deflagrada no 2º semestre/2014, o que tem levado milhares de estudantes a ficarem sem aulas há mais de três meses.

No tocante aos indicadores, o Estado do Ceará festejou os progressos relevantes do IDEB nos Anos Iniciais e nos Anos Finais do Ensino Fundamental), mas lamentou pela queda no Ensino Médio. Diga-se de passagem que é sobre o Ensino Médio que os Estados tem responsabilidade direta, confiada pela legislação vigente.

Todavia, não sou do grupo dos pessimistas e dos que ficam antecipando desgraças. Prefiro esperar para ver. Aliás, poderá ser esta a chance para que Cid Gomes corrija marcas tão negativas, que chegam a ofuscar suas grandes e inquestionáveis qualidades. E isso poderá ser feito se o diálogo com as categorias for fortalecido, o compromisso com a valorização do magistério for efetivado e o empenho pela educação com qualidade social, da Educação Infantil ao Ensino Superior, for testemunhado, lembrando sempre que educação não se faz somente com boa infraestrutura (o que tem sua importância), mas com atenção e respeito às pessoas. 

Penso que a Presidente poderia aproveitar melhor as qualidades deste competente homem público em outra pasta (como a Integração Nacional). Resta-me somente desejar que o novo ministro nos surpreenda POSITIVAMENTE. O tempo nos dará todas as respostas!