O ex-candidato a Governador pelo PSOL, Aílton Lopes, criticou a nomeação de Cid Gomes para o Ministério da Educação. Ele classificou a nomeação do Ferreira Gomes como uma "bomba de presente de Natal", uma afronta a educação pública", e disse ainda que a "única coerência na indicação é que Dilma está escolhendo a dedo os piores ministros para o que tende a ser seu pior governo. Confira abaixo, na íntegra, a postagem extraída do Facebook
Postagem
Nomeia para o Ministério da Educação aquele que permitiu a agressão a professoras e professores, não cumpre acordos com docentes e estudantes das universidades estaduais e estende uma greve na educação pública superior por mais de três meses sem qualquer resolução, com dezenas de milhares de estudantes sem aula em todo o estado.
Cid Gomes sequer sabe o que significa a educação ao propor que professores das universidades utilizassem toda a sua carga didática apenas para dar e preparar aulas, deixando de lado atividades de pesquisa e extensão. Se essa compreensão tivesse permeado a constituição das universidades estaduais, elas sequer teriam conseguido manter-se, menos ainda tornar-se referência nacional e internacional em vários cursos.
UECE, URCA e UEVA têm conseguido milagres ao expandir-se e aprimorar sua qualidade, em meio a uma escassez de recurso que salta aos as olhos quando comparados os orçamentos de nossas universidades estaduais com as das federais. Isso graças ao compromisso de uma comunidade acadêmica que ama o que faz e luta pela educação em nosso estado, apesar dos seguidos desgovernos.
A única coerência na indicação é que Dilma está escolhendo a dedo os piores ministros para o que tende a ser seu pior governo. Depois da “ekipekonômica” bombástica, da especulação em torno de Kátia Abreu e agora a nomeação de Cid Gomes, o que esperar de um segundo mandato de Dilma, em meio a uma corrupção sistêmica e seguidos ataques do Congresso às causas populares?
É inaceitável. Uma afronta à educação pública. E uma cumplicidade com a manutenção política de uma oligarquia nas esferas de poder. Mas isso também guarda coerência com o governo de Dilma que não apenas manteve pactos com oligarquias como a de Sarney (MA), Alves (RN), Calheiros (AL), como reforçou a retomada política de figuras como do ex-presidente Collor de Mello cujo governo todos ajudamos a derrubar. Claro, isso não é característica só de Dilma, mas de Lula e FHC também. Dos governos do PT e do PSDB.
Cid Gomes nem mesmo cumpriu com o que determina a Constituição Estadual, no que diz respeito à educação pública superior. Ao contrário, rasgou-a.
A lei maior – Constituição Estadual – de nosso estado, em seu artigo 224, determina que o governo invista, no mínimo, 5% da arrecadação líquida na educação pública superior. O máximo que o desgoverno de Cid que nunca teve compromisso com a educação pública investiu foi 2,76% da Receita Líquida de Impostos no ano de 2010. Um profundo descaso com as universidades públicas estaduais.
É com esta mesma dedicação que ele se envolverá no Ministério da Educação? O que esperar de um governador cujo compromisso sempre se deu em torno de obras megalomaníacas e suspeitas de irregularidades como o caso do Acquário numa pasta tão importante para os rumos da educação brasileira?
Mais uma vez o governo Dilma demonstra que o seu compromisso nunca foi com as ruas, nem com os movimentos sociais, nem mesmo com a educação pública. Para a área econômica, a equipe dos pesadelos do povo brasileiro e dos sonhos dos banqueiros. Para a educação, o governador que debochou das justas reivindicações de professores e estudantes, que deixa o Ensino Médio com mais da metade de professores temporários, e as universidades públicas com um déficit de mais de 600 professores.
Para enfrentar os diversos desgovernos, de Fortaleza, do Ceará e do Brasil, precisaremos de muita mobilização social que consiga livrar os sindicatos e diversos movimentos das mãos daqueles que se renderam ao banquete do poder.
2015 nos aponta para muita luta, em defesa da Educação, Saúde, Transporte e Segurança Pública, dos Direitos Humanos, do Meio Ambiente, dos Povos Indígenas, da Classe Trabalhadora e do conjunto de oprimidas e oprimidos por um sistema em que o dinheiro é quem tem dado as cartas.
Isso só nos diz uma coisa: Nosso Natal deverá ser o Natalício de uma Fé Viva que nos anima na luta e nos prepara para uma longa caminhada nos próximos anos. Estamos juntas e juntos. Atentos(as) e Fortes"!
Carlos Jardel

