
"Como tem ocorrido historicamente, as decisões judiciais desse tipo, geralmente tomadas por juízes de primeiro grau, são inequivocamente institucionais e revistas pelos tribunais superiores, o que nem sempre repara o dano causado ao direito dos brasileiros de serem livremente informados", diz o relatório sobre o caso Cid X IstoÉ.
Em meados de setembro, a IstoÉ divulgou que o nome de Cid Gomes teria sido citado pelo ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa, em delação premiada à Polícia Federal, como um dos envolvidos no escândalo da Petrobras.
Logo após a publicação, a pedido dos advogados do governador, a revista foi tirada de circulação pela Justiça e todas as edições liberadas foram recolhidas. Três dias depois, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luis Roberto Barroso cassou a liminar que censurava a IstoÉ por entender que havia "evidente interesse público na divulgação da reportagem". Na ocasião, Barroso defendeu que, como Cid se sentiu prejudicado, “deveria buscar a Justiça por reparação, não para impedir a circulação". Já na época, a decisão de Cid Gomes ganhou destaque e foi criticada nacional e internacionalmente.
O relatório apresentado na assembleia da SIP foi elaborado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) com o auxilio da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que contabilizou 48 casos de agressões a profissionais da imprensa e sete casos de censuras judiciais. Foi destacada, ainda, a postura do PT diante da cobertura dos casos de corrupção na Petrobras. O partido chamou a atuação da imprensa de "golpe" e "conspiração midiática" com fins eleitoreiros.
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Ceará News 7, com informações da Folha de S. Paulo.