
Cazumbi era considerado uma das personalidades mais ilustres do futebol camocinense e famoso maestro da banda de matais de Camocim.
Aradi Silva, sobrinho do cazumbi, há alguns anos, em publicação num informativo local, já homenageava o saudoso desportista classificando-o como uma referência para a juventude:
“Cazumba representa para essa nova geração um grande exemplo de desportista que tudo fez e continua fazendo por amor ao esporte de nossa cidade. Foi sempre um vencedor e um grande companheiro, contador de causos como ninguém”
A qualquer momento atualizaremos o poste com mais informações sobre o velório e o sepultamento.
Abaixo, a íntegra do texto de Aradi Silva.
O Velho Cazumba
"Falar de Cazumbim é voltar aos áureos tempos dos anos 40 (era de 40 como bem diz ele) quando o nosso futebol de campo tinha respaldo na zona Norte do Estado. Cazumbim fazia parte do futebol de nossa cidade, junto com outros atletas da época; tais como: Quebrado, Passaqui, Canoé, Expedito Leitão, Zé Olhim, Linha Fina, Zé Maria, Pepeta e muitos outros. Estes atletas eram verdadeiramente craques, jogavam por amor à camisa, levavam os torcedores à loucura com suas jogadas de bela feitura.O futebol de campo era respeitado, tínhamos grande equipes, das quais as mais respeitadas eram: O Ferroviário, O Paraná, O Cruzeiro, O Comercial e, finalmente, O Brasil.
Cazumbim era um craque de verdade, um grande ponta-direita, daqueles que vão a linha de fundo e o cruzamento sai perfeito ( na cabeça do centroavante).
Contam os mais antigos que os campeonatos da época eram de pegar fogo. Havia até torcida organizada e as mulheres tinham seus destaques diferenciados, só perdiam em termo de tietagem para a nova geração de torcedores que acompanham hoje o pessoal do voleibol que, diga-se de passagem, nestes tempos de vacas magras do futebol, é o único esporte que nos enche de alegria e nos dá orgulho, juntamente com o querido Guga, o nosso tenista número um, que já está sendo considerado pela crônica esportiva especializada como o novo Airton Senna, em termos de popularidade.
Mas, voltando ao velho Cazumbim, foi ele quem me ensinou a dar os primeiros passes com a bola. Tudo que aprendi em termo de futebol devo ao velho Cazumba, só faltou pegar no meu pé e ensinar-me a chutar.
Cazumba foi de tudo no futebol: chegou a ser técnico da nossa seleção, com desempenho razoável. Quem não passou pelas mãos do velho Cazumba? Acho que toda garotada teve as suas primeiras noções de jogar bola com o “Guerreiro”. Hoje um pouco mais velho, ainda continua a ensinar a arte de se jogar bola, mas já não tem mais a mesma garra de outrora, porém continua sendo um grande exemplo de desportista para os jovens.
Lá no campo do Tapete Verde, ainda se encontra o mestre Cazumba, batendo cabeça com a garotada que não quer nada com a bola, mas mesmo assim, ele ainda encontra força para passar seus conhecimentos aos garotos, como ele os chama.
Hoje, o velho Cazumba, além de continuar batendo cabeça com a garotada, faz parte da Banda de Metais da Prefeitura Municipal de nossa cidade, tocando a sua tuba bem mais aliviado, visto que o seu instrumento de trabalho é bem menor que o antigo, o qual chegava a medir quase três metros de comprimento, pesando aproximadamente uns dez quilos.
Cazumba representa para essa nova geração um grande exemplo de desportista que tudo fez e continua fazendo por amor ao esporte de nossa cidade. Foi sempre um vencedor e um grande companheiro, contador de causos como ninguém.
Avante velho Cazumba! Que Deus lhe dê muita saúde para você continuar dando bons exemplos de vida e passando os seus conhecimentos em termo esporte, lá no campo do Tapete Verde para os seus garotos por muito e muitos anos".
Carlos Jardel