MORRE AOS 83 ANOS O DESPORTISTA E MÚSICO CAZUMBI - Revista Camocim

terça-feira, 16 de setembro de 2014

MORRE AOS 83 ANOS O DESPORTISTA E MÚSICO CAZUMBI

O senhor Antônio Pereira da Silva, popularmente conhecido em Camocim e região por “Cazumbi”, aos 83 anos, faleceu na noite de ontem, dia 15, no Hospital Deputado Murilo Aguiar onde se encontrava internado há alguns dias com problemas em sua saúde.

Cazumbi era considerado uma das personalidades mais ilustres do futebol camocinense e famoso maestro da banda de matais de Camocim.

Aradi Silva, sobrinho do cazumbi, há alguns anos, em publicação num informativo local, já homenageava o saudoso desportista classificando-o como uma referência para a juventude:

“Cazumba representa para essa nova geração um grande exemplo de desportista que tudo fez e continua fazendo por amor ao esporte de nossa cidade. Foi sempre um vencedor e um grande companheiro, contador de causos como ninguém”

A qualquer momento atualizaremos o poste com mais informações sobre o velório e o sepultamento.

Abaixo, a íntegra do texto de Aradi Silva. 

 O Velho Cazumba

"Falar de Cazumbim é voltar aos áureos tempos dos anos 40 (era de 40 como bem diz ele) quando o nosso futebol de campo tinha respaldo na zona Norte do Estado. Cazumbim fazia parte do futebol de nossa cidade, junto com outros atletas da época; tais como: Quebrado, Passaqui, Canoé, Expedito Leitão, Zé Olhim, Linha Fina, Zé Maria, Pepeta e muitos outros. Estes atletas eram verdadeiramente craques, jogavam por amor à camisa, levavam os torcedores à loucura com suas jogadas de bela feitura.O futebol de campo era respeitado, tínhamos grande equipes, das quais as mais respeitadas eram: O Ferroviário, O Paraná, O Cruzeiro, O Comercial e, finalmente, O Brasil.

Cazumbim era um craque de verdade, um grande ponta-direita, daqueles que vão a linha de fundo e o cruzamento sai perfeito ( na cabeça do centroavante).

Contam os mais antigos que os campeonatos da época eram de pegar fogo. Havia até torcida organizada e as mulheres tinham seus destaques diferenciados, só perdiam em termo de tietagem para a nova geração de torcedores que acompanham hoje o pessoal do voleibol que, diga-se de passagem, nestes tempos de vacas magras do futebol, é o único esporte que nos enche de alegria e nos dá orgulho, juntamente com o querido Guga, o nosso tenista número um, que já está sendo considerado pela crônica esportiva especializada como o novo Airton Senna, em termos de popularidade.

Mas, voltando ao velho Cazumbim, foi ele quem me ensinou a dar os primeiros passes com a bola. Tudo que aprendi em termo de futebol devo ao velho Cazumba, só faltou pegar no meu pé e ensinar-me a chutar.

Cazumba foi de tudo no futebol: chegou a ser técnico da nossa seleção, com desempenho razoável. Quem não passou pelas mãos do velho Cazumba? Acho que toda garotada teve as suas primeiras noções de jogar bola com o “Guerreiro”. Hoje um pouco mais velho, ainda continua a ensinar a arte de se jogar bola, mas já não tem mais a mesma garra de outrora, porém continua sendo um grande exemplo de desportista para os jovens.

Lá no campo do Tapete Verde, ainda se encontra o mestre Cazumba, batendo cabeça com a garotada que não quer nada com a bola, mas mesmo assim, ele ainda encontra força para passar seus conhecimentos aos garotos, como ele os chama.

Hoje, o velho Cazumba, além de continuar batendo cabeça com a garotada, faz parte da Banda de Metais da Prefeitura Municipal de nossa cidade, tocando a sua tuba bem mais aliviado, visto que o seu instrumento de trabalho é bem menor que o antigo, o qual chegava a medir quase três metros de comprimento, pesando aproximadamente uns dez quilos.

Cazumba representa para essa nova geração um grande exemplo de desportista que tudo fez e continua fazendo por amor ao esporte de nossa cidade. Foi sempre um vencedor e um grande companheiro, contador de causos como ninguém.

Avante velho Cazumba! Que Deus lhe dê muita saúde para você continuar dando bons exemplos de vida e passando os seus conhecimentos em termo esporte, lá no campo do Tapete Verde para os seus garotos por muito e muitos anos".

Carlos Jardel