"O que vale mais, candidato: uma fazenda com um
aeroporto ao lado ou sem um aeroporto ao lado?". Com perguntas como esta,
em um tom duro e irônico, William Bonner e Patrícia Poeta entrevistaram o
candidato tucano à presidência na noite desta segunda-feira 11. A entrevista
foi a primeira da série com os candidatos no Jornal Nacional.
Bonner abriu a entrevista com uma longa pergunta, onde
questionava se o candidato iria aumentar tarifas e o valor do petróleo no
próximo ano. Após Aécio dizer que tomaria as “medidas necessárias”, Bonner
insistiu com ele dizendo: “o senhor não respondeu minha pergunta”.
Em seguida, Poeta questionou qual era a diferença entre o
tratamento do PSDB e dos outros partidos no tema da corrupção. A jornalista
lembrou do “mensalão mineiro”, escândalo de suposto caixa 2 abastecido com
dinheiro público na campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais.
Aécio disse que a diferença é “enorme”. “No caso do PT,
houve uma condenação pela mais alta corte brasileira. Em relação ao PSDB, se
tiverem denuncias que sejam consistentes, elas tem que ser investigadas,” disse
o candidato. “Se alguém for condenado, não será como foi no PT, [onde os
condenados foram] tratados como herói nacional.”
Diante da resposta, Neves questionou se o apoio de Azeredo
causava algum desconforto a Aécio. “É ele que está me apoiando, e não o
inverso, como você bem disse, Patrícia,” respondeu o tucano.
Bonner fez três perguntas sobre o aeroporto construído no
terreno do tio avô de Aécio Neves pelo governo mineiro. O tucano disse que não
se sentia incomodado em usar o aeroporto e reclamou do “aparelhamento” da
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “Eu visitei praticamente todos os
aeroportos de minas gerais como governador”, disse Aécio.
O tucano foi o primeiro da série de quatro entrevistas do
Jornal Nacional com os candidatos. Nesta semana, ainda devem ser entrevistados
Eduardo Campos (terça), Dilma Rousseff (quarta) e Pastor Everaldo (quinta).
Fonte: Carta Capital
