
Apesar de aparecer com números
expressivos nas pesquisas eleitorais de intenção de voto, Barbosa não pode se
candidatar nas eleições 2014 por não ter se filiado a um partido político no
prazo definido por lei. “Eu não tenho esse apreço todo pela política no dia a
dia. Isso não tem grande interesse para mim”, disse Barbosa.
Perguntado sobre a
possibilidade de candidatar-se no futuro -como no pleito de 2018- ou em relação
apoios políticos nas eleições de 2014, Barbosa afirmou não acreditar nessa
hipótese. “A política não tem na minha vida essa importância toda, a não ser
como objeto de estudo e reflexão”, disse ele, antes de explicar a política deve
ter um senso bem elevado, “examinada pela ótica das relações entre os estados e
as nações”.
Perguntado sobre como deixava
o STF, Barbosa afirmou que saia da Corte “absolutamente tranquilo, com a alma
leve, (e com aquilo que é fundamental para mim: o cumprimento do dever”.
Segundo ele, foi “um período
de privilégio imenso, de tomar decisões importantes para o nosso país”. “Não em
razão da minha atuação individual, mas coletivamente, o Supremo Tribunal
Federal, teve um papel extraordinário no aperfeiçoamento da nossa democracia”,
afirmou Barbosa. Primeiro negro a assumir a presidência do STF, Barbosa, 59,
comandou a sua última sessão na mais alta corte do país nesta terça. Ele
anunciou há um mês sua aposentadoria do Supremo, onde poderia permanecer até
2024, quando completará 70 anos -idade em que os ministros são obrigados a
deixar o cargo.
Antes do início da sessão do
STF nesta terça-feira, 1°, o ministro Luís Roberto Barroso definiu o presidente
da corte, Joaquim Barbosa, como um “símbolo contra a impunidade”. “O ministro Joaquim
se tornou um bom símbolo contra a improbidade. O Brasil precisa de símbolos.
Ele conquistou muitas coisas, como ter sido o primeiro negro a chegar à
presidência da Corte. Você pode concordar mais ou menos, mas certamente é uma
pessoa decente”, disse.
Já o ministro Marco Aurélio
Mello disse que a imagem da corte foi arranhada durante a gestão de Barbosa.
Para Mello, "há um resgate da liturgia que precisa ser observado".
"As instituições crescem quando nós proclamamos valores, observamos a
necessidade de manter o alto nível", afirmou o ministro.
Segundo ele, "precisamos
voltar ao padrão anterior, que não é só da Fifa. Deve ser também das
instituições brasileiras. Esse padrão ficou arranhado na última gestão".
O POVO