O vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena
(PMDB), e o secretário de Saúde do Estado, Ciro Gomes (Pros), entraram em
confronto no Facebook na tarde desta quarta-feira, 30. Houve críticas sobre
tráfico de influência e voto de cabresto.
O desentendimento começou após
o vice-prefeito publicar vídeo em que o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio
(Pros), defende candidatura de Eunício Oliveira (PMDB) em eleição passada,
acompanhado de textos que questionam se houve “amnésia” em membros do Governo
que agiram com “ingratidão” e “desrespeito” ao ex-aliado e atual candidato de
oposição à sucessão de Cid Gomes (Pros).
O vídeo questiona ainda se
Eunício não interessa mais aos Ferreira Gomes “pelo fato de não aceitar ser
encabrestado pelos ferreiristas”, em alusão ao voto de cabresto, forma de
controle político através do abuso de autoridade utilizado nos governos
coronelistas.
“Você está insinuando alguma
coisa, Gaudêncio? Deixe disso, afirme como homem, e eu lhe provo quem é ladrão
e manipulador de tráfico de influência junto ao setor público. E são vocês, eu
não!”, escreveu na publicação o irmão do governador. Ciro fez referência ainda
ao aumento do patrimônio de Eunício e questionou se era verdade ou mentira.
“Mentira sim, Ciro. O senhor
se especializou em esculhambar quem não reza pela sua cartilha. O Eunício tem
diversas empresas e apenas uma tem contrato com a Petrobrás e, por sinal, já há
alguns anos ele não mais faz parte desta sociedade. Agora me responda: como
vive o senhor, que não tem empresa, não tem carreira assinada, tem fonte de
renda desconhecida e vive viajando pela Europa e outros continentes? Ou o
Senhor acha que salário de secretário de estado supre esta vida nababesca?”,
rebateu Gaudêncio. Ele negou ainda envolvimento com tráfico de influência e
ressaltou não viver “à custa de governo algum”.
Farpas
A troca de farpas na campanha
política ganhou força na noite da terça-feira, durante inauguração do comitê do
candidato governista Camilo Santana (PT). No evento, Ciro declarou que os
cearenses não podem eleger “aventureiros, lambaceiros, mentirosos”, “que fazem
da política espaço para enriquecer”. Ele disse ainda que “o candidato que se
apresenta aí é uma mistura de Pinóquio com Irmão Metralha”. Curiosamente, o
termo “petralha” é comumente usado por críticos do PT para se referir ao
partido de Santana.
Ciro destacou o crescimento do
patrimônio de Eunício desde 2010, quando foi eleito senador com o apoio dele e
do governador. “Eram R$ 36 milhões. Em quatro anos, passou para R$ 460
milhões”, disse Ciro. Mas o valor declarado pelo peemedebista à Justiça
Eleitoral é de R$ 99 milhões. O irmão de Cid atribui parte do aumento
patrimonial a “contratos malversados com a Petrobras”.
Redação O POVO Online