
"Esse é um ano diferente,
temos uma campanha grande se aproximando e a expectativa é de haja maior volume
de contratações, e com o aperto da legislação e a exigência de mais
transparência dos candidatos, é possível que sejam gerados mais empregos
regulares", projeta o economista do Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Ediran Teixeira. Segundo ele,
a média de pessoal demandado para trabalhar em campanhas eleitorais pode ser
calculada considerando cinco pessoas para cada candidato a cargo legislativo e
100 pessoas para os políticos que pleiteiam cargos executivos.
Trabalho temporário
Tomando como base o pleito de
2010, quando o Ceará registrou 783 candidaturas, entre os cargos de governador,
senador e deputados estaduais e federais, além dos seis candidatos à
Presidência da República, a expectativa é que sejam geradas cerca de seis mil
vagas temporárias diretas para as eleições de 2014.
"Se estimarmos que cada
emprego criado gera igual contratação de forma indireta, em gráficas, agências
de publicidade, locação e outros setores, teremos em torno de 12 mil empregos
gerados na economia cearense no período eleitoral", contabiliza Teixeira.
Mais beneficiados
O setor gráfico, a locação de
carros de som e a contratação de pessoal para fazer panfletagem e carregar
bandeiras - os cartazeiros -, são os que mais demandam contratações e arrecadam
na corrida eleitoral.
"Mesmo com a internet
mais presente, o contato corpo a corpo com os eleitores ainda é uma tática
privilegiada, e com a campanha estadual é necessária uma logística para cobrir
todos os municípios", acrescenta também o cientista político e coordenador
de Estudos e Análise de Mercado do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho
(IDT), Erle Mesquita.
A geração de vagas em
decorrência do período eleitoral, entretanto, não pode ser mensurada pelo IDT,
segundo o especialistas, porque boa parte das contratações fica no campo da
informalidade, além disso, a época dessa demanda se confunde com o período de
recuperação da economia. "Não existem evidências concretas de que os
ciclos políticos eleitorais tenham impacto na geração de trabalho, mas de
maneira geral, é uma atividade importante, porque é a oportunidade de milhares
de pessoas conseguirem uma ocupação temporária", avalia.
Mão de obra especializada
Além dos serviços diretamente
ligados às campanhas, como panfletagem e a exibição de bandeiras, outros mais
especializados também recrutam no período. "São necessários advogados de
plantão para acompanhar o cumprimento das leis eleitorais, contadores e
auxiliares técnicos para cuidar das finanças, além de profissionais da
comunicação para gerenciar parte da campanha", detalha Teixeira, citando algumas
funções demandadas.
Jéssica Colaço
Repórter