VERGONHA - Revista Camocim

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segunda-feira, 21 de abril de 2014

VERGONHA

TURISTAS ACIDENTADOS SÃO TRANSPORTADOS DE HELICÓPTERO PARA CAMOCIM, MAS NÃO HAVIA MÉDICO NO HOSPITAL DEPUTADO MURILO AGUIAR   

Além disso, nas ambulâncias que foram enviadas ao aeroporto para socorrerem as vitimas, haviam apenas os motoristas.  


O fato simplesmente mostra o quanto a cidade está seriamente despreparada para atender não somente os visitantes, mas toda a população que necessita de emergência médica. Quem mora em Camocim sabe exatamente que o drama vivido pelos turistas foi apenas uma repetição do que já vem acontecendo há anos no  Hospital Deputado Murilo Aguiar.

A familia acidentada, além de sorte e das bençãos de Deus, aparenta ter contatado também com bons recursos financeiros, algo que nos leva a outra reflexão: e quem não dispõe de recursos para arcar com atendimento fora do sistema público?

Também mostraram -se ineficientes, além de Camocim, as cidades de Jijoca e, pasmem, Sobral.

Segue a  matéria completa do Jornal O POVO 

"A viagem de férias da família Rodrigues ao Ceará terminou de uma forma inesperada. Turistas, naturais de São Paulo, pai, mãe e as duas filhas participavam de um passeio de buggy quando se envolveram em um acidente, na descida de uma duna, em Jericoacoara, a 314 km da Capital, no último sábado. O episódio deixou as vítimas com fraturas e escoriações pelo corpo.

Foi apenas o início de uma saga em busca de atendimento médico. Após uma peregrinação por três municípios, com o uso de um helicóptero locado, a família constatou a falta de estrutura adequada para resgate de vítimas de acidentes em Jericoacoara.

O POVO conversou com a família, que relatou como foi o acidente e a busca por atendimento. Na volta do passeio até a localidade de Tatajuba, o motorista do buggy tentou fazer uma manobra num paredão de areia. Na curva, o carro bateu em um barranco, saltou e “embicou”, arremessando os passageiros para frente. Eles não caíram do veículo, que também não tombou. Porém, todos ficaram feridos.

Segundo as vítimas, o bugueiro não soube o que fazer para prestar socorro. “Percebemos que ele era totalmente despreparado. Mesmo com dor, meu pai foi quem lembrou de ligar para uma empresa que faz voos de helicóptero na cidade e pediu ajuda”, contou Tássia Rodrigues, uma das vítimas. O piloto, que atendeu ao chamado, ainda passou pelo hospital de Jijoca, onde solicitou a presença de um médico e uma maca para transportar as vítimas. Contudo, o pedido foi negado.

O helicóptero seguiu, então, para o hospital de Jijoca, mas, por conta da falta de estrutura, o comandante da aeronave se deslocou até Camocim. Na cidade, uma ambulância foi chamada para remover as vítimas da aeronave. Porém, no veículo, que era pequeno, estava somente o motorista. Cinco minutos depois, uma segunda ambulância chegou ao local. Novamente, havia apenas o motorista no carro. Ele ainda teria informado que não havia médico no hospital.

Diante da situação, a família decidiu pedir ao piloto para seguir até Sobral, onde foram recebidos no hospital regional. A unidade, contudo, não dispõe de atendimento especializado em traumas, razão pela qual a vítima Creuza Nascimento teve de ser levada para a Santa Casa. No hospital filantrópico, ela foi informada que também não seria operada de imediato porque não havia “fratura exposta”. O procedimento teria que ser feito na segunda-feira seguinte.

A família apelou novamente para o piloto do helicóptero, que os transportou até Fortaleza. Todos foram atendidos no hospital Uniclinic e se hospedaram em um hotel, onde aguardam autorização médica para voltarem a São Paulo.

“Jericoacoara é um lugar lindo. Não fosse o acidente, nossa viagem seria perfeita. Mas fomos para um lugar onde falta socorro. Ninguém tem noção do risco que se corre aqui”, reclamou Rúbia Rodrigues. “Não queremos que alguém seja punido. É só uma alerta para as pessoas que visitam esse lugar. E principalmente às autoridades, para que isso não se repita. Foi terrível”, completou Adauto Rodrigues.

Saiba mais
As vítimas foram o motorista autônomo Adauto Rodrigues, de 59 anos, que fraturou uma costela; a dona de casa Creuza Nascimento Rodrigues, 62, que teve fraturas nos dois braços e um corte no rosto; a relações públicas Tássia Rodrigues, 29, que também sofreu um corte na face; e a analista financeira Rúbia Rodrigues, 31, que estava no banco da frente e teve ferimentos leves. O motorista do buggy também teve ferimentos leves.


Por dois dias, O POVO tentou ouvir a Prefeitura de Jijoca. As chamadas, contudo, não foram atendidas. A reportagem também ligou para a Prefeitura de Camocim, mas as ligações também não foram atendidas".